Pelo menos 175 pessoas morreram na última semana de manifestações pós-eleitorais em Moçambique, elevando para 277 o total de óbitos desde 21 de outubro, e 586 baleados, segundo novo balanço feito pela plataforma eleitoral Decide..Conforme o mais recente balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, com dados até 15:00 de domingo (13:00 em Lisboa), em apenas seis dias de manifestações morreram 36 pessoas na província Maputo e 20 na Cidade, sul do país, além de 33 em Sofala, duas em Tete e uma em Manica, no centro, e 36 em Nampula, 14 na Zambézia e cinco em Cabo Delgado, norte..Na última semana de manifestações, a plataforma eleitoral Decide contabilizou ainda 240 pessoas baleadas, das quais 62 na cidade de Maputo e 37 na província, bem como quatro em Inhambane, 68 em Sofala, quatro em Tete e Manica, 14 em Zambézia e 44 em Nampula..Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 9 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 586 pessoas baleadas, além de 277 mortos e 11 desaparecidos..Somam-se ainda 4.201 detenções desde o início dos protestos pós-eleitorais, 167 dos quais desde 23 de dezembro..O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou em 23 de dezembro Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro..Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.