Pelo menos 14 pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas após um bombardeamento israelita contra tendas para deslocados na parte norte do campo de refugiados de Al Shati, oeste de Gaza, segundo a agência de notícias palestiniana Wafa.De acordo com a Wafa, que cita fontes médicas, entre as vítimas do ataque das últimas horas estão várias crianças e mulheres.O exército israelita, por sua vez, não se pronunciou sobre este último bombardeamento.Os meios de comunicação palestinianos também noticiaram a morte de dois residentes de Gaza num outro ataque israelita lançado contra Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza.Os tanques israelitas avançaram nas últimas horas em direção ao coração desta cidade, que até agora tinha sido excluída das ofensivas terrestres israelitas.A Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou um ataque a um edifício que albergava funcionários da agência na cidade, bem como a destruição do seu principal armazém naquela zona."Os funcionários e as suas famílias, incluindo crianças, foram expostos a um perigo grave e traumatizados depois de o bombardeamento ter causado um incêndio e danos significativos", referiu a OMS em comunicado.Além disso, o exército israelita entrou nas instalações, forçando mulheres e crianças a retirar a pé, enquanto funcionários foram algemados, despidos, interrogados no local e "revistados à mão armada".Neste incidente, foram detidos dois funcionários da OMS e dois familiares."A OMS exige a proteção contínua da sua equipa e a libertação imediata do funcionário que permanece detido", afirmou a agência.Israel ordenou a evacuação de Deir al-Balah, uma área que até então não tinha sido afetada por operações terrestres, o que afetou as instalações da OMS e de outras organizações das Nações Unidas."Enquanto principal agência de saúde da ONU, a presença operacional da OMS em Gaza está agora comprometida, paralisando os esforços para sustentar um sistema de saúde em colapso e colocando ainda mais em risco a sobrevivência de mais de dois milhões de pessoas", sublinhou a organização.Desde então, mais de mil famílias fugiram de Deir al-Balah, de acordo com os dados mais recentes do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).Os que fogem seguem em direção a Mawasi (no sul), onde já se aglomeram cerca de 425 mil pessoas, apesar dos bombardeamentos quase diários do exército.Desde que o governo de Benjamin Netanyahu iniciou a invasão da já devastada Faixa de Gaza, em outubro de 2023, mais de 59 mil residentes de Gaza morreram, sobretudo mulheres e crianças, e mais de 142 mil pessoas ficaram feridas, muitas com ferimentos e amputações com risco de vida, segundo as autoridades palestinianas.