Em Portugal, também se têm sucedido os protestos pró-Palestina
Em Portugal, também se têm sucedido os protestos pró-Palestina

Palestina: protestos causam estragos em toda a Europa

Montras partidas, acesso a universidades bloqueado e restaurantes vandalizados em Espanha, Itália Irlanda, França, Alemanha e Suíça, após Israel ter intercetado flotilha humanitária
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Israel tem estado debaixo de fogo (teórico) da condenação internacional, depois de soldados israelitas terem intercetado a flotilha humanitária, composta por quatro dezenas de barcos, que saíram da Europa rumo a Gaza com ajuda humanitária a bordo. Entre os detidos estão quatro portugueses, incluindo a deputada única do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua. Também a ativista sueca Greta Thunberg seguia na mesma flotilha.

Em Barcelona, manifestantes partiram ou pintaram mensagens anti-Israel nas montras de lojas e restaurantes, pertencentes tanto a proprietários locais como grandes cadeias como o Starbucks, Carrefour ou Burger King, que os manifestantes acusam de serem coniventes com a atuação de Israel na Faixa de Gaza.

“Estes protestos são a única coisa que podemos fazer”, disse à Reuters Akram Azahomaras, um dos muitos manifestantes que, no entanto, assumiu que o vandalismo contra os estabelecimentos comerciais era contraproducente.

“Mas fazer isto assim, não acho bem”, acrescentou. “Temos de nos manifestar pacificamente, com as nossas palavras, não com ações”, considerou.

Em Itália, estudantes ocuparam universidades, incluindo a Statale de Milão e a La Sapienza de Roma, e bloquearam o acesso à universidade de Bolonha usando pneus de carros, mostram algumas imagens em vídeo. Em Turim, centenas de pessoas bloquearam o tráfego da cidade, de acordo com relatos da agência de notícias italiana, citados pela Reuters. Os sindicatos italianos convocaram uma greve geral em apoio à frota de ajuda humanitária a Gaza, com mais de 100 marchas ou comícios previstos em todo o país.

O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, criticou a perturbação causada por alguns dos manifestantes. “Alguém acredita realmente que bloquear uma estação, um aeroporto, uma autoestrada ou destruir uma loja em Itália trará alívio ao povo palestiniano?”, escreveu numa publicação na rede social X.

Por toda a Europa, milhares de manifestantes saíram às ruas em Dublin, Paris, Berlim e Genebra para condenar a intercepção da flotilha por parte de Israel. Em Portugal, os manifestantes fizeram-se ouvir no exterior do MUDE – Museu do Design, em Lisboa, onde esta quinta-feira à noite decorria o debate entre os candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, transmitido em direto pela RTP. Também ocorreram manifestações em cidades como Buenos Aires, Cidade do México e Karachi.

Em Istambul, uma multidão reuniu-se em frente à embaixada israelita empunhando cartazes e faixas com dizeres como “Israel está a massacrar a humanidade, não Gaza / Não fique em silêncio, não fique parado, levante-se”.

A guerra em Gaza já matou mais de 66 000 pessoas, de acordo com as autoridades palestinianas.

Israel iniciou a sua ofensiva após o ataque liderado pelo Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1200 pessoas foram mortas e 251 levadas como reféns para Gaza, de acordo com os dados israelitas.

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