O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde pediu esta quarta-feira aos governos para reverem as suas estratégias sanitárias de resposta à covid-19 face à nova variante do vírus da doença, a Ómicron, que parece ser mais contagiosa.."Cada Governo, cada indivíduo, deve usar todos os instrumentos de que dispomos e os Estados devem rever os seus planos nacionais à luz da situação atual", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa sobre a situação da pandemia de covid-19..O secretário-geral da OMS insistiu na necessidade de acelerar a vacinação contra a covid-19 da população de maior risco.."Se os países esperarem até os seus hospitais começarem a encher-se será demasiado tarde, temos de agir já", afirmou..Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu a partilha de informação das autoridades nacionais com a comunidade internacional relativa à Ómicron, para um melhor acompanhamento, lembrando que os dados que existem e a informação que se conhece é preliminar e é demasiado cedo para haver conclusões sólidas em relação a esta variante.."Dados preliminares da África do Sul sugerem um risco de reinfeção mais elevado com a Ómicron, mas são necessários mais dados para tirar conclusões mais sólidas. Existem também elementos que fazem pensar que a Ómicron provoca sintomas menos graves do que a Delta, mas também aqui é ainda demasiado cedo para haver certeza", afirmou..Destaquedestaque"Temos de perceber bem se a variante Ómicron pode substituir a Delta [dominante atualmente] e por isso pedimos aos países que aumentem a vigilância, os testes e a sequenciação genómica".Tedros Adhanom Ghebreyesus admitiu que a Ómicron "pode ter um grande impacto no desenvolvimento da pandemia", mas insistiu que é cedo para conclusões definitivas sobre a eficácia das vacinas atuais da covid-19 em relação a esta variante, assim como sobre os tratamentos, a transmissibilidade e outros fatores.."Temos de perceber bem se a variante Ómicron pode substituir a Delta [dominante atualmente] e por isso pedimos aos países que aumentem a vigilância, os testes e a sequenciação genómica", insistiu..O diretor-geral da OMS pediu também para serem "levantadas as proibições discriminatórias" relativas a viagens, como as que foram decididas por diversos governos em relação a países do sul de África, a região onde foram identificados os primeiros casos da variante Ómicron..A Ómicron foi detetada até agora em 57 países, segundo um relatório de hoje da OMS, divulgado antes da conferência de imprensa de Tedros Adhanom Ghebreyesus..De acordo com o documento, nos últimos 60 dias, dos 900 mil casos analisados pela rede global de laboratórios GISAID (umas das redes de análise do vírus da covid-19 com que trabalha a OMS), mais de 99% continuam a ser causados pela variante Delta e apenas 713 (0,1%) são Ómicron..No entanto, numa semana, os casos de Ómicron detetados pela rede GISAID passaram de 14 para os atuais 713..A Ómicron, por outro lado, já supera os casos de outras variantes detetadas anteriormente, como a Alfa ou a Gama..A covid-19 é uma doença respiratória provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China..A doença provocou pelo menos 5.270.700 mortes em todo o mundo, entre mais de 266,54 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias AFP.