O que levou os eleitores a tornarem as europeias nas mais participadas desde 1994
O aumento dos preços e do custo de vida (42%) e a conjuntura económica (41%) foram os principais motivos que levaram os europeus a sair de casa em junho e votar nas eleições europeias, uma votação marcada por uma taxa de participação de 50,74%, o valor mais alto desde as europeias de 1994. Motivos que foram também os dominantes entre os eleitores portugueses.
De acordo com o último Eurobarómetro, conhecido esta quinta-feira, além destes dois principais motivos, um terço dos eleitores disse ainda que a situação internacional foi outra das razões que os levou às urnas, enquanto que um número semelhante referiu a defesa da democracia e do Estado de Direito. A migração e asilo, a defesa e segurança da União Europeia, e o ambiente e as alterações climáticas seguem-se nesta lista, com 28% das indicações cada. Quatro pontos percentuais abaixo estão a proteção social, bem-estar e os cuidados de saúde.
As razões com menos peso na hora de os europeus irem votar foram a digitalização da economia e da sociedade europeia (6%), a igualdade de género (7%) e a habitação (10%).
“Em junho, os cidadãos de toda a Europa fizeram ouvir a sua voz, uma vez que registámos a maior participação nas eleições para o Parlamento Europeu dos últimos 30 anos. Os cidadãos deram-nos um mandato para agir, para dar respostas e encontrar soluções, e para fazer uma diferença positiva na sua vida. Vamos cumprir”, afirmou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, comentando os resultados deste inquérito de opinião. A maltesa recordou ainda que “ao longo das próximas semanas, o Parlamento Europeu vai escrutinar a próxima Comissão Europeia para garantir que esta vá de encontro às questões prioritárias para os cidadãos: o custo de vida, o estado da nossa economia, a democracia, o Estado de Direito, a migração e a segurança”.
Curiosamente, quem não votou indicou também o custo de vida (46%) e a situação económica (36%) como as preocupações que os poderiam ter levado a participar nestas europeias. No entanto, o terceiro motivo mais apontado por quem ficou em casa foi a proteção social, bem-estar e o acesso a cuidados de saúde (25%), que surge apenas em oitavo entre quem foi votar.
ana.meireles@dn.pt