O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está a planear uma visita à Casa Branca, que será ao que tudo indica no dia 7 de julho, tendo enviado o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, para acertar os pormenores - e discutir a situação no Irão e na Faixa de Gaza. A visita surge numa altura em que o presidente norte-americano, Donald Trump, pressiona o aliado israelita para um cessar-fogo. “Façam o acordo em Gaza e recuperem os reféns”, escreveu na Truth Social no domingo. No terreno, não há sinais de qualquer trégua, com as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) a darem ordens para a evacuação de mais uma zona no norte do enclave palestiniano. Pelo menos 60 pessoas morreram nos bombardeamentos, que incluíram pelo menos quatro antigas escolas transformadas em abrigos de refugiado e o complexo de um hospital (que tinham recebido ordem de evacuação). Os militares atingiram também um porto na cidade de Gaza, matando pelo menos 21 pessoas, entre as quais mulheres e crianças. Um jornalista também foi morto - desde o início da guerra em outubro de 2023, depois do ataque do Hamas contra Israel que fez cerca de 1200 mortos, já morreram mais de 220 jornalistas na Faixa de Gaza, segundo o sindicato dos jornalistas palestinianos.As IDF dizem ter atingido alvos militares no norte da Faixa de Gaza, incluindo centros de comando e controlo, depois de ter tomado medidas para mitigar o risco de ferir civis.As IDF admitiram entretanto “danos” aos civis junto dos centros de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (apoiada por Israel e financiada pelos EUA), mas dizem que o Hamas exagerou os números quando fala em mais de 400 mortos. As IDF dizem terem “aprendido lições” e anunciaram entretanto terem “reorganizado as vias de acesso” aos centros, com mais vedações e sinalização. Em Israel, enquanto espera pela luz verde para o seu regresso à Casa Branca (poderá ser já na próxima semana), Netanyahu reuniu o seu gabinete de segurança, para discutir os próximos passos a dar na Faixa de Gaza. Não existe acordo dentro do Governo sobre os próximos passos a dar. Segundo fontes do Times of Israel, Dermer vai a Washington (estava previsto que chegasse esta terça-feira) para “tentar pressionar os americanos a pressionar os qataris a pressionar o Hamas”. Trump disse que um acordo de cessar-fogo seria alcançado esta semana, mas a Casa Branca esta segunda-feira não confirmou o calendário, reiterando apenas que acabar com a guerra e libertar os reféns é a prioridade da Administração norte-americana. A porta-voz Karoline Leavitt confirmou entretanto que o enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, continua em negociações diretas e indiretas com os iranianos.