Netanyahu diz que não vai aprovar acordo de cessar-fogo até que Hamas recue em tentar obter “concessões de última hora”
O gabinete de segurança de Israel adiou uma reunião planeada para aprovar um cessar-fogo em Gaza e um acordo de libertação de reféns com o Hamas, tendo o gabinete do primeiro-ministro israelita acusado o movimento islamita palestiniano de tentar obter “concessões de última hora” em alguns aspetos.
“O Hamas renega partes do acordo alcançado com os mediadores e Israel num esforço para extorquir concessões de última hora. O gabinete israelita não se reunirá até que os mediadores notifiquem Israel de que o Hamas aceitou todos os elementos do acordo”, indica o gabinete de Benjamin Netanyahu, citado pela Reuters.
O Jerusalem Post havia noticiado anteriormente que o atraso do gabinete de segurança para a reunião marcada para esta manhã tinha sido causado porque “a delegação do acordo de reféns não tinha terminado o seu trabalho no Qatar e regressado a Israel”.
O Hamas, através do seu alto funcionário Izzat el-Reshiq, citado pela Reuters, diz estar empenhado no acordo de cessar-fogo anunciado esta quarta-feira pelos mediadores.
Já depois do anúncio do cessar-fogo, que está previsto entrar em vigor apenas no domingo, pelo menos 73 pessoas morreram em Gaza na sequência de ataques aéreos israelitas.
Após mais de um ano de impasse, as negociações aceleraram-se na véspera da saída da Casa Branca do Presidente Joe Biden, que será substituído por Donald Trump, na segunda-feira.
Estas conversações culminaram na quarta-feira com a formalização de um acordo em três fases que prevê uma trégua a partir de domingo, a libertação de 33 reféns israelitas em troca de mil prisioneiros palestinianos e um aumento da ajuda humanitária.
A ofensiva israelita na Faixa de Gaza seguiu-se a um ataque do Hamas, em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.210 pessoas, na sua maioria civis.
Desde então, a resposta israelita devastou uma grande parte da Faixa de Gaza, causando a morte de 46.707 pessoas, também maioritariamente civis, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave, considerados fiáveis pelas Nações Unidas.