O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu esta segunda-feira que a libertação do refém israelo-americano Edan Alexander foi conseguida graças a uma "combinação vencedora" de pressão militar israelita e política exercida pelo presidente norte-americano, Donald Trump.Numa mensagem vídeo distribuída pelo gabinete do primeiro-ministro israelita após o anúncio da libertação de Alexander pelo grupo islamita palestiniano Hamas, Netanyahu considerou que se tratou de "um momento muito emocionante".No vídeo, Netanyahu informou que falou esta segunda-feira com Trump e que o líder da Casa Branca disse estar "comprometido com Israel" e em trabalhar com o seu Governo "em estreita cooperação"..Refém norte-americano foi libertado pelo Hamas e já está em Israel.De acordo com um comunicado do Exército israelita, Alexander já foi entregue ao ponto de receção montado em Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e vai realizar exames médicos e reunir-se com a família.O militar israelo-americano foi libertado pelas Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, informaram os militares israelitas e o grupo islamista palestiniano.Em comunicado, o Hamas disse que esta libertação "faz parte dos esforços contínuos dos mediadores para alcançar um cessar-fogo” e permitir a entrada de ajuda humanitária no território.O Hamas reiterou que "negociações sérias" levarão à libertação de mais reféns, mas avisou que a “continuação da agressão prolongará o seu sofrimento" e poderá mesmo matá-los.As famílias dos reféns mantidos pelo Hamas saudaram a libertação como "um raio de luz e esperança", mas também com um aviso de que 58 prisioneiros permanecem na Faixa de Gaza."Após 584 dias agonizantes em cativeiro, Edan está de volta a casa, com a sua família que trabalhou incansavelmente pela sua libertação, com os seus amigos e com uma nação inteira que lutou e rezou pelo seu regresso", afirmou o Fórum de Famílias Desaparecidas e Reféns em comunicado.Este fórum destacou que o esforço para libertar e recuperar todos os reféns não deve cessar, pois é "a missão mais urgente e crítica” da atualidade em Israel.O soldado foi raptado na manhã de 07 de outubro de 2023 aos 19 anos por militantes do Hamas quando lançaram o seu ataque surpresa em território israelita, que desencadeou o atual conflito na Faixa de Gaza.A libertação acontece como um gesto do Hamas em relação aos Estados Unidos, após contactos com representantes de Washington.Coincide também com a viagem hoje a Israel do enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e com a véspera do início da viagem do Presidente norte-americano a vários países do Médio Oriente.No comunicado, o Hamas manifestou a sua disponibilidade para "iniciar imediatamente negociações para chegar a um acordo abrangente para um cessar-fogo sustentável", que incluiria a retirada do Exército israelita do enclave palestiniano, bem como "o fim do cerco”, a troca de prisioneiros e a reconstrução da Faixa de Gaza."Instamos a administração Trump a continuar os seus esforços para pôr fim a esta guerra brutal travada pelo criminoso de guerra Netanyahu contra crianças, mulheres e civis indefesos na Faixa de Gaza", assinalou o Hamas..Guterres "profundamente aliviado" com libertação de refém O secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu hoje estar "profundamente aliviado" com a libertação de Edan Alexander, cidadão americano-israelita detido pelo Hamas, e renovou os apelos para um cessar-fogo e pela libertação imediata dos restantes reféns. "O secretário-geral congratula-se com a libertação de Edan Alexander, um cidadão americano-israelita que estava refém em Gaza desde 07 de outubro de 2023", indicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.O líder das Nações Unidas está "profundamente aliviado pelo facto de o senhor Alexander ter sido libertado e esteja agora a regressar para junto da sua família e entes queridos após esta provação angustiante", acrescentou.Guterres aproveitou para renovar os seus apelos urgentes para um cessar-fogo permanente imediato e para a libertação incondicional de todos os restantes reféns."Os reféns devem ser tratados de forma humana e digna", frisou.O ex-primeiro-ministro português apelou ainda a todas as partes em conflito para que garantam imediatamente o socorro humanitário "rápido, irrestrito e seguro" a Gaza, incluindo a prestação de serviços essenciais a todos os civis que necessitem."A ajuda não é negociável", frisa a nota.Guterres concluiu com um elogio aos esforços dos mediadores — Egito, Qatar e Estados Unidos — para pôr fim às hostilidades e instou todas as partes para que se baseiem na libertação de Edan Alexander para chegar a "um acordo abrangente que garanta a libertação de todos os reféns, o fim das hostilidades, a prestação de ajuda humanitária e o alívio há muito esperado do sofrimento humano em Gaza".Em 5 de maio, Israel anunciou um plano de conquista do território palestiniano, que inclui uma deslocação em massa da sua população, suscitando palavras de condenação em todo o mundo.O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns.Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 52 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, na maioria mulheres e crianças, e deixou o território destruído e a quase totalidade da população deslocada.As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais para uma nova suspensão das hostilidades e libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo..Hamas anuncia avanços nas negociações com EUA para trégua e diz que irá libertar refém americano