Primeiro-ministro grego lembrou os desastres naturais que têm afetado o país.
Primeiro-ministro grego lembrou os desastres naturais que têm afetado o país.COP29 AOC

“Não nos podemos focar tanto em 2050 e esquecer 2024”, diz Mitsotakis

Líder do governo grego deixou alerta. Italiana Giorgia Meloni defendeu aposta na energia nuclear.
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O primeiro-minstro grego usou a sua intervenção na Cimeira do Clima (COP29) para alertar que a Europa precisa de canalizar mais recursos para responder ao impacto causado por desastres naturais, recordando que o seu país, apesar de ter duplicado na última década a produção de energias renováveis, também tem lutado contra os efeitos de inundações e incêndios florestais, tendo vivido este ano o verão mais quente de que há registo. “Não nos podemos focar tanto em 2050 a ponto de esquecermos 2024. Precisamos de mais recursos para nos prepararmos para responder a tempo, para salvar vidas e meios de subsistência e ajudar as pessoas e as comunidades a reconstruírem-se após uma catástrofe”, declarou Kyriakos Mitsotakis em Baku, citado pela Reuters. 

Já a primeira-ministra italiana defendeu que, neste momento, não há alternativa aos combustíveis fósseis, optando por outras fontes de energias como a nuclear. Giorgia Meloni sublinhou que a Itália está “na vanguarda da fusão nuclear”, embora não existam centrais nucleares no país, depois de terem sido encerradas em 1987, na sequência de um referendo. E considerou que esta tecnologia “poderá representar um ponto de viragem”, pois “pode transformar a energia de uma arma geopolítica num recurso amplamente acessível”.

O líder interino do Bangladesh, Muhammad Yunus, referiu que é “humilhante” que as nações mais pobres sejam forçadas a implorar por dinheiro para resolver os problemas causados pelos países mais ricos, condenando ainda uma cultura que promoveu o “consumo ilimitado”. “Acho que é muito humilhante para as nações virem pedir dinheiro para resolver o problema que outros lhes causaram. Por que deveríamos ser arrastados até aqui para negociar?”, disse o Nobel da Paz à AFP. 

Esta quarta-feira ficou ainda marcada pelo abandono da delegação argentina dos trabalhos na capital do Azerbaijão. Em declarações ao The Guardian, a subsecretária argentina para o ambiente, Ana Lamas, confirmou a decisão, não respondendo se a Argentina planeia abandonar o Acordo de Paris, uma ameaça feita pelo presidente argentino durante a campanha eleitoral, mas que, entretanto, parece ter abandonado. 

ana.meireles@dn.pt

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