“Não molestei a baleia”, garante Bolsonaro no caso mais estranho em que é investigado

Jair Bolsonaro não é só investigado por, supostamente, ter tramado um golpe de estado após a derrota nas eleições ou se apropriado de joias sauditas. Nesta terça-feira, 27, foi ouvido por alegada importunação a uma baleia.      

“Ninguém consegue entender como posso estar respondendo processo na Polícia Federal sobre importunação de baleia”, reagiu o ex-presidente brasileiro, nesta quarta-feira, 28, à CNN Brasil, quando entrava num hospital para exames.

Bolsonaro contou o que disse em depoimento à polícia: “Eu sei que a legislação existe, que tem que ser cumprida, mas não se enquadra nisso que aconteceu comigo, assumi que estava a 20, 30 metros, mas não a molestei de forma alguma, deixo bem claro”.

O caso aconteceu em junho do ano passado, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Bolsonaro e o ex-ministro e advogado Fabio Wajngarten faziam um passeio de jet ski no momento em que se aproximaram do animal.

As investigações apuram se o ex-presidente teria importunado a baleia jubarte ao pilotar a moto aquática, ao se aproximar além do que é permitido pela lei brasileira.

A portaria número 117 de 26 de dezembro de 1996 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis veda que embarcações, com motor ligado, se aproximem a menos de 100 metros de distância de qualquer espécie de baleia.

Segundo especialistas consultados pelo jornal Valor Econômico, a pena é de até cinco anos de prisão e pagamento de multa para quem molestar intencionalmente as baleias.

O caso vem alimentando memes na internet e reforçando o discurso dos apoiantes do ex-presidente de que ele é perseguido pela justiça.

* Em São Paulo