A Rússia ameaçou esta quinta-feira reagir, mesmo militarmente, em caso de rejeição pelos EUA das suas principais exigências de segurança, repetindo que deseja a retirada das forças norte-americanas da Europa Central e Oriental e dos Estados Bálticos.."Na ausência de vontade por parte do lado americano de acordar em firmes garantias legais para a nossa segurança (...) a Rússia será forçada a reagir, nomeadamente implementando medidas de natureza militar e técnica", disse a diplomacia russa, em resposta às propostas dos Estados Unidos para negociações sobre segurança europeia..Moscovo insiste na "retirada de todas as forças e armamentos dos Estados Unidos colocados na Europa Central e Oriental, na Europa do Sudeste e nos países bálticos" e também aguarda propostas do Ocidente com vista a "renunciar a qualquer futuro alargamento da NATO"..A Rússia apresentou as suas exigências em dezembro, rejeitadas pelos países ocidentais, que, em troca, apresentaram uma proposta de abertura de discussões sobre temas como o desarmamento..A resposta de hoje de Moscovo refere-se a esta proposta do Ocidente, encabeçada pelos Estados Unidos..Apesar de a Rússia saudar a disponibilidade dos Estados Unidos "para um trabalho substantivo no controlo de armas e medidas de redução de risco", Moscovo considera que isso apenas pode acontecer se as principais exigências russas forem discutidas.."As propostas russas são um todo global e devem ser estudadas como um todo, sem excluir alguns desses pontos", insistiu a diplomacia russa..Finalmente, Moscovo reafirmou, no mesmo documento, não estar a ponderar qualquer invasão da Ucrânia, apesar do envio de mais de 100.000 soldados russos para as fronteiras ucranianas, o que levou o Ocidente a recear uma operação militar iminente contra Kiev..Na versão de Moscovo, o Ocidente tem relevado a iminência de uma invasão russa para "pressionar e desvalorizar as propostas russas sobre garantias de segurança", exigidas pelo Kremlin.."Nenhuma 'invasão russa' da Ucrânia, anunciada desde o outono passado por funcionários dos EUA e seus aliados, está a ocorrer e não está planeada", acrescentou o Ministério do Negócios Estrangeiros russo..O Presidente norte-americano, Joe Biden, avisou esta quinta-feira que a Rússia ainda pode invadir a Ucrânia em breve, no mesmo dia em que o governo de Moscovo ordenou a expulsão do número dois da embaixada dos Estados Unidos em Moscovo..Falando na Casa Branca, Biden disse que Washington não viu ainda sinais de uma retirada das forças russas concentradas junto à fronteira com a Ucrânia e que os EUA têm "razões para acreditar" que a Rússia está "envolvida numa operação falsa para ter um pretexto para entrar" em território ucraniano.."Todos os indícios que temos é que eles estão preparados para ir para a Ucrânia, atacar a Ucrânia", afirmou Biden em declarações aos jornalistas..O Departamento de Estado norte-americano informou entretanto que a Rússia ordenou a saída do país do vice-embaixador dos EUA em Moscovo, Bart Gorman..Washington diz tratar-se de um movimento "não provocado" e "um passo de escalada" na tensão..A Rússia não forneceu detalhes sobre o porquê da decisão de expulsar o número dois da embaixada dos Estados Unidos.