Ministra brasileira da Mulher critica declarações de Abel Ferreira
Cida Gonçalves, ministra da Mulher do governo de Lula da Silva, criticou Abel Ferreira a propósito de uma resposta considerada grosseira a uma jornalista, pela qual o treinador português do Palmeiras entretanto se retratou.
"As nossas jornalistas são todos os dias agredidas da forma que são. A gente viu aí o treinador do Palmeiras tratando uma repórter da forma como tratou", disse a ministra brasileira à margem da campanha “Feminicídio Zero”.
"Estar naquele espaço [estádios de futebol], que é o espaço dos homens, da disputa que eles fazem todos os fins de semana, e dizer que nós não queremos morrer, que nós queremos estar vivas e que eles têm que vir com a gente, é um desafio super importante. Sair da nossa bolha é muito importante", concluiu.
Em causa, uma declaração de Abel, no sábado, após a vitória sobre o Cuiabá por 5-0. “Eu devo explicações a três mulheres só: à minha mãe, à minha mulher e à presidente [do Palmeiras] Leila [Pereira]”.
O objetivo de Abel era sublinhar que aquelas eram as três únicas pessoas – homens ou mulheres – a quem se sentia obrigado a dar satisfações, afirmou o treinador depois em nota.
Porém, como surgiu numa resposta a uma jornalista mulher, Alinne Fanelli, da rádio BandNews FM, sobre um episódio de jogo foi entendida como ofensiva para ela e, por consequência, para todas as mulheres.
O treinador telefonou depois a Fanelli a lamentar o que chamou de "mal entendido".