Javier Milei
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Milei demite secretário que exigiu desculpas de Messi por cântico racista

"Nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer a Seleção Argentina", argumentou presidente do país. Mas Enzo Fernández, que partilhou o vídeo com a música, retratou-se
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Javier Milei determinou a demissão do subsecretário de Desporto da Argentina que havia exigido que Lionel Messi e os demais jogadores da seleção argentina pedissem desculpas após um cântico racista.
Na celebração do título da Copa América, conquistado no domingo pela seleção de futebol do país sobre a Colômbia, em Miami, uma live feita no Instagram pelo médio ex-benfiquista Enzo Fernández registou o momento do cântico. "Eles jogam pela França, mas são de Angola. Que bom que eles vão correr, se relacionam com transexuais. A mãe deles é nigeriana, o pai deles cambodjano, mas no passaporte: francês", diz o grito racista.
Na sequência, o subsecretário Julio Garro pediu em duas entrevistas para os jogadores se retratarem porque o episódio colocava o país numa situação difícil, "depois de tantas glórias", e que Lionel Messi, como capitão da seleção, deveria "pedir desculpas".
Horas depois, Milei demitiu Garro. "A Presidência informa que nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer a Seleção Argentina, Campeã Mundial e Bicampeã Americana, ou qualquer outro cidadão. Por isso, Julio Garro deixa de ser Subsecretário de Esportes da Nação", escreveu o gabinete do presidente num perfil de uma rede social.
Victoria Villarruel, vice-presidente argentina, concordou com a decisão. “Nenhum país colonialista vai nos intimidar por uma canção de adeptos ou por dizermos verdades que não querem admitir”.“A Argentina é um país soberano e livre. Nunca tivemos colónias ou cidadãos de segunda classe. Nunca impusemos o nosso modo de vida a ninguém. Mas também não vamos tolerar que façam isso conosco", afirmou, na sequência de um pedido da Federação Francesa de Futebol para investigar o caso.
A FIFA , entretanto, anunciou mesmo a abertura de uma investigação para apurar o cântico e o Chelsea, clube atual de Enzo, abriu um processo disciplinar contra o jogador. "A FIFA condena com veemência qualquer forma de discriminação, por parte de qualquer pessoa, incluindo jogadores, adeptos e dirigentes", disse o organismo em nota. 
O atleta admitiu que "a canção inclui uma linguagem muito ofensiva" e posicionou-se "contra todas as formas de discriminação". "Peço desculpas por ter me deixado levar pela euforia das comemorações da Copa América. O vídeo, esse momento, essas palavras, não refletem as minhas crenças nem meu caráter. Lamento muito"

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