O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou este domingo (16) “medidas enérgicas” contra os colonos radicais e seus atos de violência dirigidos à população palestiniana e também às tropas de Israel na Cisjordânia."São uma minoria que entra na Judeia e Samaria e não representam a maioria dos colonos, que respeitam a lei e são leais ao Estado", declarou Netanyahu antes de uma reunião do seu executivo, usando as designações administrativas israelitas para o território da Cisjordânia.O chefe do Governo afirmou que as ações de violência dos colonos “vão receber uma resposta muito forte”, observando que Israel é “uma nação de leis”, apesar das críticas reiteradas da impunidade de que gozam os israelitas radicais na Cisjordânia ocupada.Já na semana passada, o comandante do exército israelita, Eyal Zamir, manifestou a intenção de pôr fim aos ataques de colonos, onde a ONU registou, em outubro, um pico de violência em quase duas décadas."Estamos determinados a pôr fim a este fenómeno e agiremos com firmeza até que a justiça seja feita", disse Eyal Zamir, citado num comunicado militar, durante uma visita às tropas que realizam exercícios no território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.Segundo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), foram registados pelo menos 264 ataques de colonos que resultaram em vítimas, danos materiais ou ambos na Cisjordânia em outubro, representando “o máximo mensal em quase duas décadas de recolha de dados”.Na terça-feira, a polícia e o exército de Israel prenderam vários colonos por envolvimento em ataques violentos contra palestinianos em Beit Lid, no norte da Cisjordânia, uma medida invulgar após denúncias reiteradas das autoridades locais e organizações de defesa dos direitos humanos sobre a impunidade de que beneficiam os habitantes judeus nos territórios ocupados.O Presidente israelita, Isaac Herzog, condenou estes ataques, classificando-os como "chocantes e inaceitáveis".No seu comunicado militar, o comandante do Exército reforçou que “não tolerará o comportamento criminoso de uma pequena minoria que mancha a imagem de uma população cumpridora da lei".Nas últimas semanas, os ataques atribuídos a colonos cada vez mais jovens e violentos, geralmente residentes em postos avançados (assentamentos ilegais ao abrigo das leis de Israel e destinados a criar factos consumados no terreno), têm-se multiplicado na Cisjordânia, tendo como alvo habitantes palestinianos, mas também jornalistas, ativistas do seu próprio país e estrangeiros e, por vezes, até militares israelitas.Mais de 500 mil israelitas vivem na Cisjordânia em colonatos regularmente condenados pela ONU como ilegais ao abrigo do direito internacional, entre cerca de três milhões de palestinianos.A violência explodiu no território desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro de 2023, entre Israel e o grupo islamita Hamas.Apesar do cessar-fogo no enclave palestiniano, em vigor desde o passado dia 10 de outubro, os ataques atribuídos a colonos na Cisjordânia não pararam e inclusive registaram um aumento relacionado com a campanha de colheita de azeitona e destruição de olivais.Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, mais de mil palestinianos morreram na Cisjordânia, de acordo com números das Nações Unidas, em episódios de violência envolvendo militares e colonos radicais israelitas.No mesmo período, segundo números oficiais de Israel, pelo menos 36 israelitas, incluindo civis e soldados, foram mortos em ataques palestinianos ou durante incursões militares.Há três semanas, o knesset (parlamento israelita) aprovou na primeira de três leituras um projeto de anexação da Cisjordânia, o que mereceu amplas críticas da comunidade internacional, incluindo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.Embora se tenha distanciado na altura da aprovação dos deputados, Benjamin Netanyahu disse hoje que a posição do seu Governo em relação à criação de um Estado palestiniano em qualquer território a oeste do rio Jordão “não mudou minimamente"..Trump escreve ao presidente de Israel a pedir que perdoe Netanyahu. Julgamento é "perseguição política", diz