Marcelo. "Portugal condena veementemente" o reconhecimento russo de territórios separatistas
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu que "Portugal condena "veementemente" a decisão do chefe de Estado russo, Vladimir Putin, de reconhecer os territórios separatistas Donetsk e Lugansk, na região de Donbass, tal como já o fez a União Europeia e o Governo português, através da posição divulgada pelo primeiro-ministro, António Costa.
"A posição portuguesa é muito clara, o reconhecimento da soberania das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e questiona a integridade territorial da Ucrânia", disse Marcelo Rebelo de Sousa em Haia, nos Países Baixos. "Portugal condena veementemente este procedimento", sublinhou. Portugal manifesta "total solidariedade à Ucrânia", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa, recusa falar, para já, nas consequências desta decisão de Moscovo, nomeadamente de sanções, dizendo que lhe parece "prematuro" falar no "amanhã".
Aos jornalistas, o chefe de Estado dirigiu palavras à comunidade ucraniana em Portugal, dizendo que as autoridades portuguesas acompanham "aquilo que naturalmente sentirão".
Aos portugueses que estão na Ucrânia, o país "acompanha exatamente o que se vai passando quanto aos seus compatriotas, residentes ou os que se encontram na Ucrânia, como tem presente no espírito a comunidade ucraniana, que é grande e importante, no nosso país", que é de grande expressão quando comparada com comunidades de outros países da União Europeia.
Antes de Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, já tinha condenado "veementemente" o reconhecimento russo de duas regiões controladas por separatistas em território ucraniano e manifestou "total solidariedade" com a Ucrânia.
"O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia. Condenamos veementemente esta ação e manifestamos total solidariedade para com a Ucrânia", escreveu o chefe do Governo português.
A União Europeia (UE) condenou igualmente a "grave violação" do direito internacional no reconhecimento por parte do Presidente russo, Vladimir Putin, da independência dos territórios separatistas pró-Rússia, garantindo uma resposta ocidental "com unidade e firmeza".
"O reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk", reagiram os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O presidente russo, num discurso à nação, reconheceu a independência das regiões separatistas do leste da Ucrânia.
Na sequência deste desenvolvimento, Vladimir Putin já ordenou a mobilização do Exército russo para "manutenção da paz" nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, que reconheceu hoje como independentes: Donetsk e Lugansk, na região de Donbass.