Costa condena decisão de Putin de reconhecer regiões separatistas da Ucrânia
"O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia". Esta é a reação do primeiro-ministro, António Costa, à decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de reconhecer, esta segunda-feira, os territórios de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass, a leste da Ucrânia.
"Condenamos veementemente esta ação e manifestamos total solidariedade para com a Ucrânia", escreveu António Costa na rede social Twitter.
O presidente da Rússia reconheceu esta segunda-feira a independência dos territórios separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, com os quais assinou tratados de amizade e assistência mútua com os líderes de Donetsk, Denis Pushilin, e Lugansk, Leonid Pásechnik.
Segundo Putin, a decisão foi tomada depois de receber hoje um pedido [de reconhecimento] por parte de ambos os líderes separatistas pró-Rússia e depois da Duma [câmara baixa do parlamento russo] ter enviado uma resolução com um pedido de reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk.
Na sua comunicação ao país, além de reconhecer a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, Vladimir Putin assegurou também que tomará medidas para garantir a segurança da Rússia perante a recusa dos Estados Unidos e da NATO em abordar as suas preocupações de segurança e renunciar à Ucrânia o direito de fazer parte da Aliança Atlântica no futuro.
Putin ordenou, entretanto, a mobilização do Exército russo para "manutenção da paz" nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, que reconheceu hoje como independentes.
Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa que "as Forças Armadas da Rússia [assumam] as funções de manutenção da paz no território" das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk, segundo noticia a agência France Presse (AFP).
Os decretos assinados pelo chefe de Estado russo também estabelecem consultas entre Moscovo e as repúblicas agora reconhecidas para o estabelecimento de relações diplomáticas e entram em vigor a partir do momento da sua publicação, refere o texto do Kremlin (presidência russa).
Nos textos não foi divulgado nenhum cronograma de implantação ou a sua extensão.
Com Lusa