O Presidente da República considerou este sábado, 11 de outubro, que a sugestão do Presidente norte-americano de expulsar a Espanha da NATO, por não cumprir os seus compromissos de gastos com a Defesa, “não faz sentido” e é “uma forma de pressão”.“Sejamos claros que a expulsão de um país da NATO não é assim uma coisa do pé para a mão. Não faz sentido. É uma força de expressão, uma forma de pressão, uma forma de exteriorizar divergências ou pontos de vista diferentes”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado sobre o assunto em Tallin, à margem de um encontro bilateral com o seu homólogo da Estónia, Alar Karis.O chefe de Estado sublinhou que “a Espanha não recusou vir a aumentar o seu investimento na Defesa, apenas disse que isso ia ser num tempo um pouco diverso e depois, na fórmula final, chegou-se até a um ponto de consenso que foi aceite pela NATO”.Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que, “no caso português, Portugal, já no orçamento para o ano que vem [OE2026], que foi apresentado, reforça o investimento em Defesa, está a reforçar em capacidades e está a reforçar, e deve reforçar, em recursos humanos”.“E um dos pontos que eu tenho insistido, e vou insistir até ao fim do meu mandato […], é o do estatuto da condição militar. Nós precisamos de ter mais militares, mas, para isso, temos de oferecer melhores condições aos militares, senão eles não entram ou entram e depois saem […] e nós precisamos de manter Forças Armadas com um elemento fundamental, que é o elemento humano”, disse.Num encontro em Washington na última quinta-feira, Trump sugeriu este sábado ao seu homólogo finlandês, Alexander Stubb, que "talvez devessem expulsar" Espanha da NATO por não cumprir os compromissos de gastos com a defesa da aliança."Não têm desculpa para não o fazer. Mas está tudo bem. Talvez devessem expulsá-los da NATO, francamente", frisou o Presidente norte-americano."Tivemos um retardatário, que foi Espanha", salientou Trump na Sala Oval, referindo-se ao acordo da Aliança Atlântica, da qual Portugal faz parte, de alocar 5% do PIB dos países-membros para as despesas de defesa..Trump lança ameaça: "Talvez devêssemos expulsar Espanha da NATO". A última cimeira da NATO, em junho nos Países Baixos, resultou na concordância geral dos aliados com um novo compromisso de elevar gradualmente, até 2035, o investimento anual em Defesa e despesas relacionadas para 5% do PIB.No entanto, a Espanha rejeitou esta meta mais elevada de 5%, considerando-a "irracional" e, em alternativa, chegou a um acordo para ficar de fora do compromisso, ficando-se pelas suas obrigações com a aliança de gastar 2,1% do PIB em Defesa.Espanha já tinha declarado a sua intenção de atingir antecipadamente a anterior meta da NATO de 2% do PIB em despesas de Defesa até ao final de 2025, em vez da data original de 2029..NATO: Espanha alcança acordo que isenta país de gastar 5% do PIB em defesa