Mais de 90 pessoas detidas em manifestações de extrema-direita no Reino Unido
Mais de 90 pessoas foram detidas em manifestações organizadas por grupos de extrema direita, que culminaram em cenas de violência, um pouco por todo o Reino Unido, este sábado.
Houve problemas em Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Stoke-on-Tent, Blackpool e Belfast, com arremesso de objetos pirotécnicos, lojas saquedas e confrontos com a polícia, em alguns locais.
Keir Starmer, primeiro-ministro recentemente eleito, prometeu dar "total apoio" às forças policiais, para que possam tomar medidas contra "extremistas que tentam semear o ódio". Recorde-se que estas manifestações violentas foram desencadeadas pela morte de três crianças, entre elas uma menina portuguesa de nove anos, em Southport, perto de Liverpool.
Em Liverpool, tijolos, garrafas e very lights foram atirados contra a polícia. Um agente foi atingido na cabeça quando uma cadeira voou na sua direção e outro foi pontapeado e derrubado da mota que conduzia.
Cerca de dois mil manifestantes anti-imigração, alguns dos quais gritavam insultos islamofóbicos, foram confrontados por contra-manifestantes. Estes, por sua vez, entoavam slogans como "refugiados são bem vindos aqui" ou "escória nazi fora das nossas ruas".
Em Southport, local do crime que vitimou as três crianças, a polícia usou equipamento anti-motim e cães, para manter os dois lados separados e foi necessário chamar reforços para manter a ordem. A agitação continuou até às primeiras horas da manhã deste domingo, 4, com engenhos pirotécnicos lançados contra a polícia.
Em Walton, uma biblioteca foi incendiada, várias lojas invadidas e contentores do lixo foram, também, incendiados. Vários polícias ficaram feridos no que foi descrito como uma "desordem grave".
Novos protestos são esperados este domingo, 5. Entretanto, após uma reunião de ministros no sábado, 4, um porta-voz de Kier Starmer revela que o primeiro-ministro disse aos presentes que "o direito á liberdade de expressão e a desordem violenta que temos visto são coisas muito diferentes".
Starmer acrescentou: "Não há desculpa para qualquer tipo de violência e o governo apoia a polícia para tomar todas as medidas para manter as nossas ruas seguras".