Mais de 260 combatentes ucranianos retirados de Azovstal. "Esperamos salvar a vida dos nossos homens", diz Zelensky

A vice-ministra da Defesa ucraniana indica que "53 feridos graves foram transportados de Azovstal para Novoazovsk para receberem assistência médica e outros 211 foram encaminhados para Olenivka através de um corredor humanitário".

Mais de 260 combatentes ucranianos foram esta segunda-feira retirados da siderúrgica Azovstal, na cidade cercada de Mariupol, após terem anunciado que "cumpriram a ordem" do Conselho Supremo da Ucrânia, "de salvar vidas".

"Para salvar vidas, toda a guarnição de Mariupol cumpriu a ordem aprovada pelo comando militar e aguarda o apoio do povo ucraniano", disse o batalhão Azov numa mensagem publicada nas redes sociais.

De acordo com o batalhão Azov, durante 82 dias, "os defensores de Mariupol cumpriram ordens, apesar das dificuldades, repeliram as forças avassaladoras do inimigo e permitiram que o Exército ucraniano se reagrupasse, treinasse mais pessoal e recebesse um grande número de armas dos países parceiros".

Após ser publicada a nota, mais de 260 combatentes ucranianos, incluindo 53 feridos, foram retirados de Azovstal.

"Em 16 maio [hoje], 53 feridos graves foram transportados de Azovstal para Novoazovsk para receberem assistência médica e outros 211 foram encaminhados para Olenivka através de um corredor humanitário", adiantou a vice-ministra da Defesa ucraniano, Ganna Malyar.

Após se saber que a operação de retirada militares feridos de Azovstal, o presidente ucraniano publicou uma mensagem de vídeo, em que fala num "dia difícil". "Mas este dia, como todos os outros, tem como objetivo salvar o nosso país e nosso povo", acrescentou Volodymyr Zelensky.

"Graças às ações dos militares ucranianos", às Forças Armadas da Ucrânia, serviços de informações, ao Comité Internacional da Cruz Vermelha e à ONU, esperamos poder salvar a vida dos nossos homens", referiu o presidente da Ucrânia.

"Quero enfatizar que a Ucrânia precisa de heróis ucranianos vivos. Este é o nosso princípio", sublinhou.

A evasão é o resultado de negociações com os próprios combatentes ucranianos, que estão barricados num labirinto de passagens subterrâneas naquele gigante complexo industrial.

Segundo as autoridades ucranianas, cerca de 1.000 soldados, incluindo 600 feridos, ainda se encontram em Azovstal.

Mulheres, crianças e idosos que se refugiram na siderúrgica foram retirados no final de abril, graças a uma operação coordenada pelas Nações Unidas e pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha.

A estratégica cidade portuária de Mariupol foi totalmente devastada pelas forças russas desde o início da guerra em 24 de fevereiro.

Várias centenas de combatentes ucranianos barricaram-se na siderúrgica Azovstal.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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