Mais de 100 pessoas acusam Sean 'Diddy' Combs de abusos sexuais. Menores entre as alegadas vítimas do rapper
O rapper Sean 'Diddy' Combs, em prisão preventiva desde 16 de setembro, vai ser processado por mais de 100 pessoas que o acusam de agressão sexual, violação e exploração sexual.
A informação foi revelada esta terça-feira pelo advogado Tony Buzbee que representa 120 alegadas vítimas do músico, das quais 25 eram, à data dos factos, menores. É o caso de um homem que tinha nove anos na altura em que alega ter sido abusado pelo rapper. Esta é a primeira vez que Sean 'Diddy' Combs, de 54 anos, está a ser acusado de abuso sexual de menores.
O músico norte-americano, que aguarda julgamento por tráfico sexual, associação ilícita e promoção da prostituição, é, agora, alvo de novas acusações. “Trata-se de um assunto importante que tencionamos levar a cabo de forma agressiva”, declarou Buzbee, citado pela BBC.
O advogado assegurou, em conferência de imprensa, que ele e a sua equipa “não deixarão pedra sobre pedra para encontrar as partes potencialmente responsáveis” pelos alegados abusos sexuais, ou “qualquer indivíduo ou entidade que tenha participado ou beneficiado deste comportamento flagrante”.
Segundo Buzbee, os abusos sexuais terão ocorrido entre 1991 e 2024, sendo que a maioria aconteceu após 2015, em Los Angeles, Nova Iorque e Miami.
A maior parte das vítimas alega que foi violada após as festas organizadas pelo rapper, que tiveram lugar em residências privadas e hóteis. Outras vítimas alegam abusos durante audições. .
“Muitas vezes, especialmente os jovens que pretendiam entrar na indústria, eram coagidos a este tipo de conduta com a promessa de se tornarem estrelas ou com a promessa de Sean Combs" ouvir a sua música, afirmou o advogado.
Foi o caso de um homem que tinha nove anos na altura em que alega ter sido abusado pelo músico e os seus associados num estúdio de gravação, em Nova Iorque, indicou o advogado da vítima. “Deixei a indústria por causa do que Sean Combs me fez”, disse numa declaração através do seu representante legal.
Entre outros casos, Tony Buzbee destacou o de uma rapariga de 15 anos que alega ter sido violada pelo músico e por outros homens próximos ao rapper.
De acordo com o advogado, havia um modus operandi promovido pelo rapper, com as alegadas vítimas a receberem bebidas “adulteradas” antes de serem violadas.
“O maior segredo da indústria do espetáculo foi finalmente revelado ao mundo. O muro do silêncio foi agora derrubado”, declarou o advogado.
O rapper, também conhecido como 'Puff Daddy' e 'P Diddy', fez saber, no entanto, que nega, de forma "categórica”, as acusações, ao afirmar que são “falsas e difamatórias”, referiu Erica Wolff, a advogada do músico.
Sean 'Diddy' Combs “espera provar a sua inocência e defender-se em tribunal, onde a verdade será estabelecida com base em provas e não em especulações”.
Mas os processos judiciais contra o rapper podem não ficar por aqui.
Andrew Van Arsdale, um advogado que está a trabalhar com Buzbee, disse que a sociedade a que pertence recebeu mais de 3.000 telefonemas de pessoas que alegavam abusos por parte de Diddy.
Este advogado fez saber que estava analisar mais 100 casos de denúncias contra o músico, além das 120 alegadas vítimas que Buzbee está a representar.