O presidente francês acusou o dono do X de apoiar “um novo movimento reacionário internacional”.
O presidente francês acusou o dono do X de apoiar “um novo movimento reacionário internacional”.EPA / AURELIEN MORISSARD / POOL

Macron junta-se às críticas europeias contra Musk

Dono do X e aliado de Donald Trump está a ser acusado por vários líderes de “interferência”, nomeadamente nas eleições alemãs.
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O presidente francês acusou o dono do X de apoiar “um novo movimento reacionário internacional”.
Artigo de Musk em apoio à extrema-direita alemã leva a demissão no jornal 'Welt'

Emmanuel Macron juntou-se esta segunda-feira às vozes europeias, como os primeiros-ministros britânico e norueguês, que se têm levantado contra Elon Musk, acusando o dono do X e aliado de Donald Trump de “interferir diretamente em eleições”, nomeadamente nas legislativas antecipadas da Alemanha, marcadas para 23 de fevereiro.

“Há dez anos, quem imaginaria que o dono de uma das maiores redes sociais do mundo estaria a apoiar um novo movimento reacionário internacional e a interferir diretamente em eleições, inclusive na Alemanha”, declarou o presidente francês num encontro com embaixadores, mas sublinhando que Donald Trump sabe que tem um “forte aliado” em Paris.

Na semana passada, Berlim já havia acusado Musk de “interferência” nas eleições de fevereiro depois de ter escrito no X que a extrema-direita da AfD é a “única esperança” para o país, mensagem que desenvolveu depois num artigo de opinião no Welt am Sonntag.

Também sem mencionar o nome de Musk, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, respondeu esta segunda-feira aos ataques do homem mais rico do mundo, que publicou uma série de mensagens no X a acusar o trabalhista de ter falhado quando era procurador na luta contra gangues que aliciavam e violavam sistematicamente jovens.

“Aqueles que espalham mentiras e desinformação tanto quanto possível, não estão interessados​nas vítimas, mas em si mesmos”, declarou Starmer, apontando também à líder dos conservadores, que se juntou a Musk no pedido de um inquérito sobre estes gangues. “O que não tolerarei é que os políticos adiram ao movimento simplesmente para chamar a atenção quando esses políticos estiveram no governo durante 14 longos anos, twittando, falando, mas sem fazer nada”.

Ainda na política britânica, Elon Musk, que nas últimas semanas tem apelado ao voto no Reform UK, defendeu agora que o seu líder, Nigel Farage, “não tem o que é preciso” para liderar o partido de extrema-direita. “O Reform precisa de um novo líder. Farage não tem o que é preciso”, escreveu no domingo.

Esta segunda-feira, o britânico, que horas antes desta última mensagem havia dito, numa entrevista, que considerava Musk “um herói”, explicou que na origem do diferendo estará o apoio do milionário ao ativista de extrema-direita Tommy Robinson. “Elon é um indivíduo notável, só que, nisso, lamento mas tenho de discordar. A minha opinião continua a ser que Tommy Robinson não é adequado para o Reform e eu nunca renuncio aos meus princípios”, escreveu Farage no X.

Já o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, afirmou ontem achar “preocupante” que “um homem com enorme acesso às redes sociais e enormes recursos económicos se envolva tão diretamente nos assuntos internos de outros países”.

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