O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta qinta-feira, 18 de dezembro, que “a força da Europa e a solidariedade europeia estão postas à prova” na cimeira europeia em Bruxelas, na qual os líderes da União Europeia (UE) vão decidir sobre o apoio financeiro à Ucrânia até 2027.“Diria é um dos Conselhos [Europeus] mais decisivos dos que se têm realizado nos últimos anos. Creio que é mesmo o caso para dizer que a força da Europa e a solidariedade europeia estão à prova hoje e, do nosso ponto de vista, a Europa não pode, não deve falhar e a nossa convicção é de que a reunião será dura, será intensa, mas é possível chegarmos a entendimento”, afirmou Luís Montenegro, na chegada à cimeira europeia, em Bruxelas.“Estamos postos à prova, é preciso assumi-lo”, reforçou o chefe de Governo, classificando como “descabidas” as acusações do Presidente norte-americano, Donald Trump, que chamou os líderes europeus de fracos.Para o presidente ucraniano, será um “grande problema” se a União Europeia (UE) rejeitar a proposta para utilizar os recursos russos congelados, o que deixaria a Ucrânia sem dinheiro para continuar a resistir.“Vou falar com todos os líderes [da UE], vou apresentar os nossos argumentos, e, honestamente, espero que seja possível alcançar uma decisão positiva”, disse Volodymyr Zelensky.O Presidente da Ucrânia acrescentou que sem essa decisão a Ucrânia “vai viver um grande problema” e que serão negados cerca de 90.000 milhões de euros que pode utilizar para suprir as necessidades financeiras do país e resistir à invasão russa nos próximos dois anos.Os líderes da UE, reunidos em Bruxelas, vão discutir o apoio financeiro à Ucrânia em 2026 e 2027, decidindo se aprovam um empréstimo de reparações com base nos ativos russos imobilizados, rejeitado pela Bélgica.A proposta apresentada há duas semanas pela Comissão Europeia propõe utilizar os ativos russos congelados na UE para financiar com as receitas destes recursos a Ucrânia.Deste modo, a UE asseguraria financiamento estável e previsível para 2026 e 2027.No entanto, a Bélgica, país que concentra a maior fatia destes ativos russos, duvida do enquadramento legal desta proposta e exigiu garantias de que as consequências da decisão serão suportados por todos e não só pelos países com estes recursos imobilizados..Kallas apela à aprovação de proposta para usar ativos russos para financiar Ucrânia .O primeiro-ministro defendeu também que “será imperdoável” se a União Europeia (UE) não der aval à conclusão do acordo comercial com o Mercosul, que está a ser negociado há 25 anos e é “crucial” para o bloco comunitário.“Parece-me crucial, como tenho já de forma reiterada vindo a afirmar noutras reuniões do Conselho Europeu, que cheguemos mesmo a um entendimento e à subscrição final do acordo com o Mercosul, que está neste momento ainda num quadro de alguma indefinição ou mesmo indecisão e será imperdoável se nós não conseguirmos consumar um acordo que demorou 25 anos a estabelecer-se”, declarou Luís Montenegro.Falando à chegada à cimeira europeia, em Bruxelas, o chefe de Governo aludia ao aval que a Comissão Europeia aguarda à assinatura do acordo comercial e de parceria com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) para a presidente da instituição, Ursula von der Leyen, se deslocar ao Brasil no sábado para oficializar tal parceria..P&R. Negociação entre UE e Mercosul começou há 26 anos e espera-se que esteja perto do fim