Lituânia critica posição de Macron sobre adesão da Ucrânia à UE
Na segunda-feira, Macron disse que levaria "décadas" para um candidato como a Ucrânia entrar na UE e sugeriu a criação de um clube político mais amplo que também poderia incluir o Reino Unido, que deixou o grupo dos 27 em 2020.
O presidente da Lituânia denunciou esta terça-feira a ideia de Emmanuel Macron de construir um clube político mais amplo do que a União Europeia, dizendo que isso sinaliza uma falta de vontade política de integrar a Ucrânia após a invasão da Rússia.
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A Ucrânia solicitou a adesão à UE logo após a invasão da Rússia, mas alguns países ocidentais hesitam em conceder o estatuto de candidato ao país, pois procuram evitar a possibilidade de um caminho rápido para a adesão.
Na segunda-feira, Macron disse que levaria "décadas" para um candidato como a Ucrânia entrar na UE e sugeriu a criação de um clube político mais amplo que também poderia incluir o Reino Unido, que deixou o grupo dos 27 em 2020.
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"A minha impressão é que esta é uma tentativa de encobrir a óbvia falta de vontade política para tomar decisões sobre a concessão do estatuto de candidato", disse o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, aos jornalistas. "Isso certamente não é bom e acho que antes de fazer tais propostas, deve-se perguntar a opinião da Ucrãnia sobre tais propostas e se elas correspondem às expectativas existentes", acrescentou.
A Lituânia é um dos maiores defensores da proposta de adesão da Ucrânia à UE, embora Gitanas Nauseda admita que pode demorar anos.
"Não somos ingénuos e entendemos que haverá mais de um, dois, e talvez mais de oito anos entre o momento em que a Ucrânia recebe o estatuto de candidato à adesão à UE e a sua adesão em pleno direito", disse o presidente lituano.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, disse que o executivo da UE vai dar a sua opinião sobre a proposta de adesão da Ucrânia em junho.
Adotar formalmente o país como candidato seria uma decisão para os 27 estados membros da UE, agindo com base em pareceres especializados da comissão de Von der Leyen, que supervisionaria o complexo e potencialmente longo processo de adesão.
A Ucrânia terá nomeadamente de cumprir normas rigorosas de governação, combate à corrupção e aplicar o Estado de Direito antes de poder ser admitida como membro.