Karina, Danielle, Naama e Liri: quem são as quatro mulheres militares que o Hamas diz que vai libertar este sábado
O Hamas anunciou esta sexta-feira o nome das quatro reféns que irá libertar amanhã, ao abrigo do cessar-fogo com Israel, que por sua vez deverá divulgar o nome dos 200 presos palestinianos que deverá libertar em troca.
As militares Karina Ariev, Daniella Gilboa e Naama Levy, todas de 20 anos, e Liri Albag, de 19 anos, foram as escolhidas pelo grupo terrorista, segundo revelou o porta-voz das Brigadas Al-Qassam, Abu Obaida.
A lista de 33 reféns a libertar na primeira fase do cessar-fogo incluia sete mulheres, cinco delas militares. Antes de o Hamas revelar os nomes, os media israelitas tinham especulado que o grupo a libertar este sábado incluiria uma civil – e Israel tinha pedido para Arbel Yehud ser a escolhida - e três militares capturadas na base do kibbutz de Nahal Oz.
No final, o Hamas terá decidido libertar quatro militares. O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considera que a lista divulgada não cumpre o acordo de cessar-fogo, já que estaria estabelecido a libertação de uma civil.
Por cada militar, Israel comprometeu-se a libertar 50 prisioneiros. "Aguardamos a lista de prisioneiros palestinianos que serão libertados amanhã, que vai incluir 120 prisioneiros com penas perpétuas e 80 prisioneiros com penas longas, conforme estipulado no acordo de cessar-fogo", indicaram os palestinianos.
A libertação das reféns deverá decorrer como a da semana passada, com as mulheres a serem entregues à Cruz Vermelha, que depois as entrega às forças israelitas ainda no enclave palestiniano.
Não se sabe se o Hamas fará alguma alteração, depois do caos registado no último domingo, no momento da entrega no centro da cidade de Gaza. Horas depois, a nova leva de 180 prisioneiros palestinianos deve ser libertada por Israel.
As reféns que o Hamas diz que vai libertar este sábado.
Karina Ariev, 20 anos
Uma das cinco militares da unidade de vigilância levadas da base de Nahal Oz, perto de Gaza, durante o ataque de 7 de outubro de 2023. Tinha sido recrutada pela IDF há um ano. O Hamas publicou um vídeo com ela, uma prova de vida, em julho de 2024.
Daniella Gilboa, 20 anos
A militar, também levada de Nahal Oz, surgiu no mesmo vídeo de propaganda do Hamas em julho de 2024 – no qual também surgia Doron Steinbrecher, uma das três reféns libertadas no último domingo.
Naama Levy, 20 anos
As imagens do momento em que esta militar foi levada pelo Hamas, de mãos atadas atrás das costas e com as calças ensanguentadas, levaram a especular-se de que terá sido agredida sexualmente. E ela tornou-se num símbolo das vítimas desse crime.
Liri Albag, 19 anos
Levada igualmente da base de Nahal Oz. No início do ano, surgiu num dos vídeos de propaganda divulgados pelo Hamas.
Outras mulheres ainda reféns
Só mais três mulheres (duas civis e uma militar) vão continuar reféns na Faixa de Gaza.
Arbel Yehud, 29 anos
Israel teria pedido que ela estivesse no grupo de reféns a libertar este sábado. Suspeita-se que esteja nas mãos da Jihad Islâmica Palestiniana, aliada do Hamas, o que terá possivelmente complicado a sua libertação. Foi raptada da sua casa no Kibbutz Nir Oz junto com o namorado, Ariel Cunio. O irmão foi morto durante o ataque do Hamas.
Shiri Silberman Bibas, 33 anos
É a outra civil do sexo feminino ainda na Faixa de Gaza. Foi levada junto com o marido, Yarden Bibas, e os dois filhos, Ariel Bibas (que entretanto fez 5 anos) e Kfir Bibas (raptado com apenas nove meses, já tem 2 anos). O Hamas alegou, nos últimos dias da anterior trégua, logo em novembro de 2023, que Shiri e os dois filhos tinham sido mortos num bombardeamento israelita. Uma informação nunca confirmada por Israel.
Agam Berger, 21 anos
A quinta militar levada da base de Nahal Oz.
Processo
Ao abrigo do acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou as primeiras três reféns – Romi Gonen, de 24 anos, Doron Steinbrecher, de 31 anos, e Emily Damari, de 28 - no último domingo. Em troca, Israel libertou 90 prisioneiros palestinianos das prisões israelitas (mulheres e jovens do sexo masculino com idades entre os 15 e os 18 anos).
Na primeira fase do acordo, o grupo terrorista palestiniano vai libertar 33 reféns e, em troca, Israel vai libertar 1904 presos. Ao final dos 42 dias, todas as mulheres (civis ou militares), crianças e homens com mais de 50 anos ou feridos devem ser libertados (mas Israel não exclui a possibilidade de alguns do grupo dos 33 estarem mortos).
Depois das quatro reféns que serão libertadas este sábado, três reféns serão libertados a cada sete dias, com os últimos 14 a serem libertados na última semana.
No total, 91 reféns, mortos e vivos, civis e militares, continuam na Faixa de Gaza, com as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) a dizer que pelo menos 34 estão mortos. Os homens serão libertados na segunda fase, que começará a ser negociada ao 16.º dia de cessar-fogo.
Em troca, nesta primeira fase, Israel vai libertar 30 presos palestinianos (mulheres, crianças ou idosos) por cada refém civil vivo. O acordo diz que mais de 110 dos libertados estão a cumprir pena de prisão perpétua.
Por cada mulher militar, Israel vai libertar 50 prisioneiros, incluindo 30 que estavam presos para a vida. Os condenados pela morte de israelitas serão enviados para o estrangeiro (não é claro que país os aceitará) ou para a Faica de Gaza. Israel também se comprometeu a libertar mil pessoas detidas no enclave desde o início da guerra, desde que não sejam acusados do envolvimento no ataque de 7 de outubro de 2023.