“Passa o testemunho, Joe”, lê-se num cartaz num evento com Biden.
“Passa o testemunho, Joe”, lê-se num cartaz num evento com Biden.SAUL LOEB/AFP

Kamala Harris parte em vantagem para a convenção democrata, mas ainda não foi coroada

Vice-presidente recebeu com apoios de peso e muitos milhões para a campanha eleitoral pouco depois do anúncio da desistência de Biden. Mas a convenção democrata estará aberta a outras candidaturas.
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Joe Biden, que não enfrentou séria concorrência nas primárias do Partido Democrata, recolheu cerca de 14,5 milhões de votos e a quase totalidade dos 4700 delegados. Estes iam nomear o candidato do partido na convenção marcada para 19 a 22 de agosto, em Chicago, ou seja, o presidente. Apesar de Biden endossar o apoio a Harris, os votos dos delegados não são transferíveis, pelo que a escolha terá de ser feita a partir da estaca zero. 

Kamala Harris não recebeu apenas o apoio de Joe Biden, de Bill e Hillary Clinton, de oito senadores e de outros tantos representantes na hora seguinte ao anúncio da sua candidatura: herdou uma equipa e 96 milhões de dólares da campanha e 240 milhões de dólares de comités de campanha aliados. Mas não é líquido que a antiga procuradora da Califórnia venha a ser nomeada candidata sem concorrência. É de crer que, dada a desistência do homem que ia ser nomeado, o processo seja aberto a quem queira apresentar-se como candidato. A escolha do candidato a vice-presidente será feita em separado.

O presidente do Comité Nacional Democrata, Jaime Harrison, emitiu um comunicado, sem grandes pormenores, mas no qual prometeu que haverá “um processo transparente e ordenado” por parte da organização da convenção. “O trabalho que temos de fazer agora, embora sem precedentes, é claro”, disse Harrison. “Nos próximos dias, o partido vai empreender um processo transparente e ordenado para avançar como um Partido Democrata unido com um candidato que pode derrotar Donald Trump em novembro.”

Concluiu Harrison: “Em breve, o povo americano ouvirá do Partido Democrata os próximos passos e o caminho a seguir para o processo de nomeação."

Os governadores J.B. Pritzker, de Illinois, Gretchen Whitmer, do Michigan, Laura Healy, do Kansas, Andy Beshear, do Kentucky, e Tim Walz, do Minnesota, estão entre os democratas que elogiaram Biden, mas não seguiram o exemplo do presidente e não declararam apoio a Kamala Harris.

Também Barack Obama, após elogiar a decisão e o percurso de Joe Biden, omitiu a vice-presidente, afirmando apenas estar confiante na capacidade do Partido Democrata para selecionar um “excelente candidato” durante a convenção. 

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