Uma manifestação que reuniu esta quinta-feira, 30 de outubro, em Jerusalém cerca de 200.000 judeus ultraortodoxos em protesto contra o serviço militar obrigatório terminou em tragédia, quando um jovem de 20 anos que participava no evento morreu numa queda.Fotos e vídeos das agências internacionais mostram que durante o protesto, que levou ao encerramento da autoestrada 1, a maior entrada na cidade de Jerusalém, muitos manifestantes subiram aos telhados de vários edifícios, de um posto de abastecimento de combustível e gruas. Segundo os serviços de emergência, o jovem morreu após a queda de um prédio ainda em construção, tendo a polícia aberto uma investigação ao incidente.Durante o protesto, os manifestantes atacaram ainda jornalistas e centenas entraram em confronto com a polícia no final do evento, de acordo com o Times of Israel, enquanto outros importunaram transeuntes nas ruas. O mesmo jornal referiu que a manifestação, anunciada como uma vigília de oração, foi “uma rara demonstração de unidade entre as várias correntes da comunidade ultraortodoxa de Israel, que raramente se misturam, e representou uma das maiores demonstrações de força da comunidade nos últimos anos.”Em causa está o serviço militar obrigatório e as suas exceções, nomeadamente aplicada aos ultraortodoxos, tema que tem causado tensões na sociedade israelita, principalmente desde o início da guerra em Gaza há dois anos, e colocado o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sob crescente pressão política ao longo do último ano, desde que o Supremo Tribunal ordenou o fim da isenção. Desde então, o Parlamento tem tentado elaborar um projeto de lei sobre o serviço militar obrigatório, mas ainda não conseguiu satisfazer as exigências dos ultraortodoxos e as do exército.Hamas devolve corpos de mais dois reféns Depois de ter garantido na quarta-feira que estava comprometido com o cessar-fogo, Israel voltou esta quinta-feira a levar a cabo ataques aéreos a leste de Khan Younis, enquanto tanques bombardearam áreas a leste da cidade de Gaza, com o exército a falar em ataques “precisos” contra “infraestruturas terroristas que representavam uma ameaça para as tropas”.Já o gabinete do primeiro-ministro confirmou ter recebido ontem os corpos de dois reféns libertados pelo Hamas, acrescentando que estes foram entregues ao exército israelita e ao Shin Bet e depois levados para Israel, onde serão identificados. Com esta entrega, restam ainda 11 corpos de reféns em Gaza, com o Hamas a afirmar que enfrenta vários desafios logísticos na recuperação dos corpos, principalmente nas zonas afetadas pelos ataques israelitas..Quantas “pausas” para bombardeamentos aguenta o cessar-fogo em Gaza?