Joe Biden não quer que Trump receba os relatórios das secretas

Tradicionalmente os ex-presidentes têm permissão para aceder aos briefings da inteligência do país, mas Joe Biden entende que Donald Trump deve ser excluído porque pode "escorregar e revelar algo"

O presidente Joe Biden considera que o ex-presidente Donald Trump não deve receber briefings secretos de inteligência, como é tradição para presidentes anteriores, invocando o "comportamento errático de Trump".

Quando questionado pela "CBS Evening News" se achava que Trump deveria receber um relatório da inteligência caso o solicitasse, Biden respondeu: "Acho que não."

Indagada sobre o que teme que possa acontecer se Trump continuar a receber essas informações, sublinhou: "Prefiro não especular em voz alta. Só acho que não há necessidade de ele ter esses briefings. Qual é o valor que ele dá a um briefing de inteligência? Que impacto tem nele, a não ser o fato de que pode escorregar e revelar algo?"

Um alto funcionário da administração disse à CNN que Trump não tinha apresentado nenhum pedido até ao momento. Há muitas maneiras para apresentar essas informações, disse o funcionário, algo que a comunidade de inteligência formularia caso algum pedido fosse feito.

O secretário de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse à CNN na quinta-feira que "a comunidade de inteligência apoia pedidos de briefings de inteligência feitos por ex-presidentes e analisará todos os pedidos recebidos, como sempre fizeram".

A CNN diz que Trump não era conhecido por ler completa ou regularmente o "Resumo Diário do Presidente", um relatório altamente confidencial dos segredos da nação, quando estava no cargo. Em vez disso, era informado verbalmente duas ou três vezes por semana pelos seus funcionários de inteligência.

A ex-diretora-adjunta de Trump para a Inteligência Nacional, Sue Gordon, escreveu num artigo do Washington Post, após a insurreição no Capitólio dos Estados Unidos no mês passado, que Trump "pode ​​ser invulgarmente vulnerável a maus atores com más intenções", uma vez que está fora do cargo.

Gordon, uma veterana da inteligência há mais de 30 anos, também declarou em 2019 que uma das reações mais comuns de Trump aos briefings de inteligência era duvidar do que estava a ser informado.

No clipe da entrevista que foi ao ar na sexta-feira, Biden recusou-se a dizer se, caso fosse senador, votaria para condenar Trump no julgamento de impeachment, agendado para a próxima semana.

"Lutei como o diabo para derrotá-lo porque o achei inadequado para ser presidente", disse Biden. "Eu vi o que todo mundo viu, o que aconteceu quando aquela multidão invadiu o Congresso dos Estados Unidos. Mas não estou no Senado agora. Vou deixar o Senado tomar essa decisão."

Em comentários após a insurreição de janeiro, Biden afirmara aos jornalistas: "Tenho dito há mais de um ano que (Trump) não está apto para servir. É um dos presidentes mais incompetentes da história dos Estados Unidos da América. "

Na semana passada, Biden disse a Kaitlan Collins da CNN que achava que o julgamento de impeachment "tem de acontecer".

A Câmara dos Representantes decidiu instaurar o processo de impeachment contra Trump no mês passado, sob a acusação de incitar a insurreição no Capitólio que deixou cinco pessoas mortas.

Numa petição prejulgamento apresentada na terça-feira, os promotores do impeachment da Câmara de Representantes acusaram Trump de ser "singularmente responsável" pelos tumultos mortais, dizendo que as ações do ex-presidente, difundindo falsas teorias de conspiração, segundo as quais a eleição tinha sido uma fraude, incitaram os seus apoiadores a atacar o Capitólio, tentando perturbar a transferência pacífica do poder e impedindo o Congresso de certificar a eleição.

Os promotores do impeachment da Câmara pediram na quinta-feira que Trump testemunhasse no seu julgamento no Senado, mas sua equipa jurídica rejeitou o convite.

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