Um relatório classificado das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) e tornado público pelo Canal 12 refere que Telavive “cometeu todos os erros possíveis” na condução da operação Carruagens de Gideão, levada a cabo em Gaza entre os meses de maio e agosto, e que chegou a ser elogiada publicamente pelo Chefe do Estado-Maior das IDF, tenente-general Eyal Zamir.O documento, distribuído na semana passada pelo Centro de Informação Operacional das forças terrestres das Forças de Defesa de Israel, reconhece que a operação não foi bem-sucedida nos seus objetivos - derrubar o Hamas e libertar os reféns.A televisão israelita Canal 12, que revelou grande parte do relatório, noticiou ainda que no documento pode ler-se que o Exército é acusado de agir “contrariamente à sua doutrina militar” ao falhar a imposição de uma pressão temporal, gerir mal os seus recursos e fornecer recursos ao inimigo através de ajuda humanitária, e fragilizar o apoio internacional a Israel.Já o Hamas, prossegue o documento, gozou de todas as condições necessárias para reivindicar o sucesso, incluindo recursos e um método de luta adequado, sendo ainda sublinhado que a “incompetência” israelita no planeamento e distribuição de ajuda permitiu ao grupo terrorista montar uma campanha em que Israel é acusado de matar os palestinianos em Gaza à fome.Um outro documento, desta vez da principal associação mundial de estudiosos do genocídio, afirma que os critérios legais foram cumpridos para estabelecer que Israel está a cometer genocídio em Gaza.“As políticas e ações de Israel em Gaza cumprem a definição legal de genocídio do Artigo II da Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948)”, refere a resolução conhecida esta segunda-feira, 1 de setembro, e aprovada por 86% dos votantes entre os 500 membros da Associação Internacional de Académicos do Genocídio, que inclui especialistas no Holocausto.Melanie O’Brien, presidente da organização e professora de Direito Internacional na Universidade da Austrália Ocidental, sublinhou à Reuters que “não há justificação para a prática de crimes de guerra, crimes contra a Humanidade ou genocídio, nem sequer legítima defesa”.“Esta prestigiada posição académica reforça as provas e os factos documentados apresentados perante os tribunais internacionais”, afirmou Ismail Al-Thawabta, diretor do Gabinete de Imprensa do governo de Gaza, controlado pelo Hamas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita disse que a resolução é vergonhosa e “baseada na campanha de mentiras do Hamas”.O Hamas reagiu esta segunda-feira também ao plano dos EUA para o pós-guerra que prevê a colocação de Gaza sob controlo norte-americano, com o seu representante político, Bassem Naim, a afirmar que o enclave “não está à venda”. O plano prevê ainda a deslocação “voluntária” da população de Gaza durante 10 anos para ser transformado num polo turístico e tecnológico..Governo de Israel confirma morte do porta-voz do braço armado do Hamas