Israel. Benny Gantz pede a realização de eleições antecipadas em setembro
Benny Gantz, membro do gabinete de guerra e principal adversário do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu, na noite desta quarta-feira, a realização de eleições legislativas antecipadas em setembro.
"Nós vamos solicitar em breve" a realização de eleições e, "para isto, devemos marcar uma data consensual em setembro" para a marcação das legislativas, declarou Gantz, que também é deputado, num discurso transmitido pela televisão a partir do seu gabinete no parlamento israelita (knesset).
A marcação de eleições antecipadas precisa do acordo de 61 deputados, a maioria da knesset, onde o Likud, partido de Netanyahu, tem a maior parte dos assentos sem, no entanto, deter a maioria.
"Estou a manter informado o primeiro-ministro, a quem desejo boa saúde e uma pronta recuperação [após sua cirurgia no domingo], e vamos prosseguir com o diálogo sobre esta questão", acrescentou Gantz, que dirige o Partido da Unidade Nacional.
Netanyahu teve alta do hospital na terça-feira, dois dias depois de se ter submetido a uma cirurgia a uma hérnia, de acordo com informação divulgada pelo seu gabinete.
O Likud, de Netanyahu, rejeitou imediatamente o pedido de Gantz, afirmando que a realização de eleições enquanto Israel está em guerra "conduziria inevitavelmente à paralisia" e prejudicaria a luta dos militares na Faixa de Gaza.
Em sentido contrário, o líder da maioria democrata no Senado norte-americano, Chuck Schumer, apoiou o apelo para a realização de eleições antecipadas em Israel.
"Quando um dos principais membros do gabinete de guerra de Israel apela à realização de eleições antecipadas e mais de 70% da população israelita concorda, de acordo com uma importante sondagem, sabe-se que é a coisa certa a fazer", escreveu o senador Chuck Schumer no X, antigo Twitter.
O senador norte-americano, apoiante de Israel e próximo do presidente Joe Biden, já tinha criticado o primeiro-ministro israelita a 14 de março, exortando a realização de eleições em Israel. A legislatura atual em Israel deve-se estender até 2026.
Protestos contra Netanyahu reuniram milhares de pessoas nas últimas semanas e particularmente desde sábado, sobretudo em Telavive e Jerusalém. Manifestantes e familiares dos reféns sequestrados a 7 de outubro em Israel pediram a demissão do primeiro-ministro.
Segundo sondagens recentes, em caso de eleições antecipadas, Benny Gantz teria ampla vantagem sobre Netanyahu, cuja popularidade está em baixa desde o ataque sem precedentes do grupo islamista Hamas, a 7 de outubro, que fez, pelo menos, 1.160 mortos em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.
Mais de 250 pessoas também foram levadas como reféns para Gaza e destas 130 ainda são mantidas cativas no território palestiniano, das quais 34 terão morrido, segundo as autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, que já fez quase 33.000 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas desde 2007.