Israel anuncia expansão das operações militares na Faixa de Gaza
Israel anunciou esta quarta-feira a expansão das suas operações militares para controlar "grandes áreas" da Faixa de Gaza.
A operação militar tem como objetivo "esmagar e limpar a área de terroristas e infraestruturas terroristas, e capturar grandes áreas que serão incorporadas nas zonas de segurança de Israel", anunciou o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz.
"Peço ao povo de Gaza que aja agora para expulsar o Hamas e devolver todos os reféns", acrescentou.
Os militares israelitas retomaram os ataques em 18 de março, com intensos bombardeamentos e uma ofensiva terrestre, rompendo dois meses de trégua com o Hamas, que vigorava desde 19 de janeiro.
Desde a quebra do cessar-fogo, foram mortas mais de mil pessoas na Faixa de Gaza, segundo o Executivo local, o que eleva o total de mortos palestinianos para mais de 50 mil desde o início das ações militares israelitas subsequentes ao ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023.
Katz já tinha anunciado a 21 de março que tinha ordenado ao exército que "controlasse mais território em Gaza", ameaçando anexar o território a Israel se o movimento islâmico palestiniano não libertasse os reféns ainda nas suas mãos.
"Quanto mais o Hamas continuar a recusar-se a libertar os reféns, mais território perderá, que será anexado a Israel", avisou.
O Fórum das Famílias, a maior associação de familiares de reféns em Israel, disse esta quarta-feira estar "horrorizado" com o anúncio do Ministro da Defesa.
"Em vez de libertar os reféns através de um acordo e acabar com a guerra, o Governo israelita está a enviar mais soldados para Gaza para combater nas mesmas zonas onde lutaram repetidamente", disseram as famílias.
"Explique como é que esta operação vai ao encontro do objetivo de devolver os reféns e como pretende evitar que sejam colocados em perigo", acrescentaram.
Pouco depois do anúncio do governante, as equipas de resgate da Defesa Civil de Gaza anunciaram que dois ataques israelitas contra edifícios residenciais mataram pelo menos 15 pessoas, incluindo crianças, em Khan Younis, no sul, e em Nuseirat, no centro do território.
Treze pessoas morreram num atentado que teve como alvo "uma casa que albergava deslocados no centro de Khan Younis" e outras duas num ataque a uma casa em Nuseirat, disse à AFP Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil.