O exército de Israel vai entrar em Gaza “com toda a força” nos próximos dias, anunciou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que disse não ver qualquer cenário em que possa parar a guerra.“Nos próximos dias, entraremos com toda a nossa força para completar a operação e derrotar o Hamas”, disse Netanyahu, de acordo com um comunicado divulgado hoje pelo seu gabinete, citado pela AFP.Netanyahu disse que “não haverá nenhuma situação” em que Israel possa parar a guerra contra o grupo extremista palestiniano, segundo o mesmo comunicado relativo a uma reunião que manteve na segunda-feira com soldados da reserva..Portugal profundamente preocupado com planos de expansão de Israel em Gaza.A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.A retaliação de Israel contra a Faixa de Gaza provocou mais de 52.900 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, que governa o enclave desde 2007.A ofensiva israelita na Faixa de Gaza causou também a destruição de grande parte das infraestruturas do território de 2,4 milhões de habitantes.Israel retomou a ofensiva em março, pondo termo a um cessar-fogo negociado em janeiro, durante o qual trocou vários reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.Desde que retomou a ofensiva, impôs um bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa da Gaza, apesar dos apelos de organizações internacionais, como a ONU, para que não deixasse morrer a população à fome e de doenças.A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que meio milhão de habitantes de Gaza estão à beira da fome devido ao “bloqueio deliberado” imposto por Israel e que 57 crianças morreram de subnutrição desde o início de março.“Meio milhão de pessoas encontram-se numa situação de fome catastrófica, de subnutrição aguda, de doença e de morte”, declarou o representante da OMS, Rik Peeperkorn, por videoconferência a partir de Gaza, citado pela agência de notícias espanhola EFE.Na reunião com os reservistas, Netanyahu disse também que o Governo israelita está atualmente a trabalhar para encontrar países dispostos a aceitar os palestinianos da Faixa de Gaza.“Criámos uma administração que lhes permitirá [aos habitantes de Gaza] sair, mas o problema, do nosso lado, resume-se a uma coisa: precisamos de países que estejam preparados para os acolher”, afirmou, citado no comunicado.“É nisso que estamos a trabalhar neste momento. Se lhes oferecermos a oportunidade de partir, posso dizer-vos que mais de 50% partirão, e penso que ainda mais”, acrescentou.A ideia de retirar a população da Faixa de Gaza para países vizinhos, que a recusaram, foi inicialmente lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propôs em fevereiro transformar o território numa “Riviera do Médio Oriente”.