Inundações e aluimentos de terras fazem 129 mortos no Nepal
Pelo menos 129 pessoas morreram no Nepal devido às cheias e dezenas estão desaparecidas, segundo as autoridades, tendo as equipas de resgate recuperado dezenas de corpos de autocarros e outros veículos soterrados em deslizamentos de terras.
O tempo melhorou este domingo, depois de três dias de chuvas de monção, facilitando os trabalhos de resgate e limpeza.
A capital Katmandu permanece isolada, com as três autoestradas junto à cidade bloqueadas pelos deslizamentos de terras.
As equipas de resgate recuperaram 14 corpos durante a noite de dois autocarros que se dirigiam a Katmandu, quando uma derrocada os soterrou. Outros 23 corpos foram hoje retirados de veículos no mesmo local, a cerca de 16 quilómetros da capital nepalesa, prosseguindo buscas por outros que possam também estar soterrados.
A polícia nepalesa adiantou que 86 pessoas ficaram feridas na sequência das cheias e deslizamentos de terras e que 62 estão desaparecidas.
Espera-se que o balanço do número de mortos continue a aumentar, à medida que cheguem dados das aldeias e localidades do país.
Os residentes da zona sul de Katmandu, que ficou inundada no sábado, estavam hoje a limpar as suas casas à medida que o nível da água baixava.
A capital, a localidade mais fortemente afetada pelas cheias, registou 34 mortos.
A polícia e as forças armadas estavam empenhadas nos esforços de resgate e maquinaria pesada estava a ser usada para desbloquear as estradas afetadas pelas derrocadas.
O Governo nepalês anunciou o fecho de escolas e universidades no país durante os próximos três dias.
O vale de Katmandu registou 240 milímetros de chuva nas 24 horas entre sexta-feira e a manhã de sábado, disse a agência meteorológica do Nepal ao jornal Kathmandu Post.
Esta foi a maior precipitação registada na capital nepalesa desde, pelo menos, 1970, de acordo com a agência.
Devido à forte precipitação, as autoridades tinham alertado para a possibilidade de inundações repentinas em vários rios.
Alguns dos sobreviventes refugiaram-se nos telhados dos edifícios, enquanto outros fugiram através da água lamacenta.
As monções, que decorrem de junho a setembro, causam todos os anos morte e destruição em todo o Sul da Ásia, mas o número de inundações e aluimentos de terras mortais tem aumentado, em frequência e intensidade, nos últimos anos, devido às alterações climáticas, de acordo com peritos.
Mais de 220 pessoas morreram este ano no Nepal em catástrofes naturais relacionadas com a chuva.