Europa vai elaborar plano para fim da guerra. Zelensky está "pronto para assinar" acordo dos minerais com EUA
Macron aberto a posicionar armas nucleares em países aliados
Emmanuel Macron mostrou abertura para que França posicione as suas armas nucleares em países aliados europeus, disse na entrevista ao Le Figaro (ver 21:23), um tema que está em cima da mesa depois de o futuro chanceler alemão Friedrich Merz ter advogado a "independência" do seu país e Donald Trump não dar sinais de compromisso de que o guarda-chuva nuclear se mantenha em solo europeu. “Não devemos ter medo deste assunto, não altera a nossa doutrina", afirmou o presidente.
“O presidente da república toma a decisão totalmente soberana e sempre confidencial de utilizar armas nucleares. Mas o general de Gaulle e os meus outros antecessores sempre disseram que os interesses vitais têm uma dimensão europeia”, disse o chefe de Estado francês.
“Aqueles que desejarem aprofundar o diálogo connosco poderão, se for caso disso, participar em exercícios de forças de dissuasão. Estes intercâmbios contribuirão para o desenvolvimento de uma verdadeira cultura estratégica entre os europeus”, concluiu.
Zelensky diz que acordo será assinado quando "as partes estiverem prontas"
Questionado sobre o futuro do acordo dos minerais com os EUA e a pressão da equipa de Trump para que se desculpe depois de ter sido objeto de repreensão pública na Casa Branca, Volodymyr Zelensky disse que a Ucrânia está pronta a assinar o documento. “A nossa política é continuar o que aconteceu no passado, somos construtivos. Se concordámos em assinar o acordo sobre os minerais, estamos prontos para o assinar. O acordo que está em cima da mesa será assinado se as partes estiverem prontas”, disse, citado pela BBC.
Antes de partir de Londres, Volodymyr Zelensky recebeu jornalistas no aeroporto de Stansted. Sobre as garantias de seguranças que tem exigido em troca do acordo, disse poderia “incluir alguma forma de presença dos Estados Unidos, em diferentes formatos", por exemplo, "defesa aérea, informações, outras coisas”. Isso seria complementado com um “exército ucraniano forte” no solo, no ar e no mar.
Na ocasião voltou a expressar gratidão pelo apoio da sociedade norte-americana e disse que a relação com os EUA irá manter-se. “O fracasso da Ucrânia não significaria apenas o sucesso de Putin, significaria um fracasso para a Europa e um fracasso para os EUA e penso que todos estamos interessados em não deixar Putin ganhar”, afirma.
Macron e Starmer sugeriram um cessar-fogo "no ar, nos mares e nas infraestruturas energéticas"
Emmanuel Macron sugeriu hoje, numa entrevista ao jornal Le Figaro, em conjunto com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, uma trégua de um mês “no ar, nos mares e nas infraestruturas energéticas” para ganhar tempo para desescalar a guerra na Ucrânia.
O presidente francês defendeu este cessar-fogo limitado porque seria “muito difícil” fiscalizar um cessar-fogo total, dada a extensão da linha de frente.
Nesse sentido, defendeu que o eventual envio de tropas europeias para o terreno só ocorreria mais tarde, quando as duas partes negociassem os detalhes do acordo.
“Queremos paz. Mas não a queremos a qualquer preço, sem garantias”, afirmou.
Nesta entrevista, Macron sugeriu ainda que os países da União Europeia deviam ter como objetivo gastar 3 a 3,5% do PIB em defesa para satisfazer as necessidades atuais. Ou seja uma percentagem muito acima da meta de 2% que está definida pela NATO.
Zelensky: "A unidade da Europa está num nível muito alto, algo que não era visto há muito tempo"
Zelensky fez uma publicação na rede social X na qual diz que sentiu o "forte apoio" ao seu povo e à independência da Ucrânia na sua passagem por Londres, onde participou na cimeira de líderes.
"Juntos, estamos a trabalhar na Europa para estabelecer uma base sólida para cooperação com os Estados Unidos em busca da verdadeira paz e das garantias segurança", escreveu o presidente ucraniano, sublinhando que a "unidade da Europa está num nível excecionalmente alto, algo que não era visto há muito tempo".
Zelensky acrescentou que tem conversado com os parceiros ucranianos sobre as "garantias de segurança e as condições para uma paz justa". "Uma série de reuniões e decisões importantes estão a ser preparadas para breve. Estou grato a todos os nossos amigos e parceiros pelos seus esforços em alcançar uma paz estável e garantida na Ucrânia", disse, deixando uma certeza: "A força de todos pode proteger nosso futuro."
Macron fala em "determinação" para alcançar a paz
O presidente francês Emmanuel Macron publicou na rede social X uma foto da cimeira de líderes que se realizou hoje em Londres, garantindo que estão "todos determinados em tomar medidas para uma paz forte e duradoura na Ucrânia", mas também "para garantir a segurança coletiva".
António Costa: "Precisamos a pacificação ande de mãos dadas com a manutenção da paz"
António Costa, presidente do Conselho Europeu, foi um dos líderes europeus que estiveram na cimeira de Londres. À saída o ex-primeiro-ministro português revelou que irá continuar a trabalhar com todos os líderes europeus antes do Conselho Europeu, marcado para 6 de março.
"A União Europeia está disposta a trabalhar com todos os parceiros europeus e outros aliados no plano de paz para a Ucrânia, que garanta uma paz justa e duradoura para o povo ucraniano", começou por dizer Costa.
"Devemos aprender com o passado e, como tal, não podemos repetir a experiência de Minsk. Não podemos de forma alguma repetir a tragédia do Afeganistão e, para isso, precisamos que fortes garantias de segurança e de que a pacificação ande de mãos dadas com a manutenção da paz", sublinhou, garantindo que "irá prosseguir o trabalho no sentido para garantir uma paz duradoura".
Justin Trudeau: "Continuaremos a apoiar a Ucrânia conforme seja necessário, pelo tempo que for necessário”
Justin Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá, afirmou em conferência de imprensa após participar na cimeira de líderes, em Londres, que "todos os países têm um papel importante a desempenhar" na questão ucraniana.
"Era importante que o Canadá estivesse presente com os seus aliados", começou por dizer, lembrando que "o Canadá tem sido um dos países mais fortes no apoio à Ucrânia desde o início".
"Há mais de 10 anos que treinamos as forças de defesa ucranianas. E continuaremos a apoiar a Ucrânia conforme seja necessário, pelo tempo que for necessário”, acrescentou Trudeau, lembrando que "a Ucrânia não está apenas a defender os seus próprios territórios, está a defender os princípios e valores que sustentam todas as democracias”.
O primeiro-ministro canadiano admitiu ainda a possibilidade de enviar tropas para uma eventual força de paz na Ucrânia: "Está tudo em cima da mesa", disse.
Von der Leyen promete "espaço fiscal" para a reforçar defesa e plano para rearmar a Europa
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reconheceu hoje em Londres a necessidade de dar aos Estados-membros "espaço fiscal" para investir na defesa e prometeu um plano para "rearmar" a Europa.
À saída da cimeira, a presidente da Comissão Europeia disse pretender apresentar "um plano abrangente sobre como rearmar a Europa no dia 6 de março", durante o Conselho Europeu especial em Bruxelas.
Questionada sobre que tipo de contribuição financeira os 27 Estados membros devem dar para o setor da defesa, Von der Leyen respondeu: "uma coisa é certa: temos de ter um reforço".
"Temos de fazer um grande esforço. E, para isso, precisamos de um grande plano claro da União Europeia para os Estados-Membros", defendeu, referindo a necessidade de investir em escudos aéreos avançados.
"Precisamos de uma abordagem europeia comum, mas os Estados-Membros precisam de mais espaço fiscal para aumentar as despesas com a defesa", reconheceu.
Sobre o apoio à Ucrânia, Ursula von der Leyen disse que "as garantias de segurança são da maior importância para a Ucrânia, mas é preciso garantias de segurança abrangentes".
"Isto inclui a necessidade de colocar a Ucrânia numa posição de força que lhe permita fortificar-se e proteger-se, desde a sobrevivência económica até à resistência militar. Basicamente, precisamos de transformar a Ucrânia num porco-espinho de aço indigesto para potenciais invasores", descreveu.
Von der Leyen explicou que isso implica não só dar assistência a nível militar, mas também, por exemplo, ajudar na rede energética, possibilitando que "com o tempo, este seja um país forte e resistente".
Lusa
Olaf Scholz: "Ucrânia precisa de um exército forte"
O ainda chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o foco dos aliados é garantir que a Ucrânia tenha um exército forte quando a guerra terminar, para que se possa defender contra qualquer agressão.
“A base de tudo será um exército forte”, disse, após a cimeira de líderes europeus em Londres, acrescentando que um bom resultado para a Ucrânia será “vital para a segurança de todas as nações”.
Zelensky já está reunido com o rei Carlos
Zelensky já chegou à residência de Sandringham, em Norfolk, para uma reunião com o rei Carlos.
À chegada, o presidente da Ucrânia foi recebido por centenas de pessoas que estavam à porta da propriedade real exibindo bandeiras ucranianas.
Starmer já falou com Trump sobre plano de paz
Starmer garantiu ainda que falou com o presidente dos EUA, Donald Trump, através de um telefonema no sábado à noite. "Não vou entrar em detalhes sobre essa conversa, mas não daria este passo se não pensasse que iria produzir um resultado positivo, no sentido que avançamos todos juntos – Ucrânia, Europa, Reino Unido e EUA – na direção de uma paz duradoura", esclareceu a terminar a conferência de imprensa.
Plano vai incluir a Rússia que, no entanto, "não pode ditar os termos da paz"
Questionado sobre se acredita que Vladimir Putin assinará o acordo de paz que vai ser criado pela Europa, tendo em conta que a Rússia não fará parte da sua elaboração, Keir Starmer garantiu que o acordo "terá de incluir a Rússia, mas eles não podem ditar os termos da paz", pois nesse casos "não haverá qualquer progresso".
“Se um acordo for fechado, ele terá que ser defendido. No passado vimos que uma cessação das hostilidades sem qualquer defesa foi regularmente violado pela Rússia. Essa é uma situação que precisamos evitar", assumiu.
Starmer garante que EUA continuam a ser aliado confiável
Starmer recusou a ideia de que os Estados Unidos, liderados por Donald Trump, sejam um “aliado não confiável”, lembrando as muitas décadas de entendimento. Nesse sentido, garantiu que as conversações de hoje em Londres tiverem sempre o pressuposto de a Europa trabalhar em conjunto com os EUA.
Nova reunião de líderes para breve. "É hora de agir"
Starmer garante que em breve irá realizar-se uma nova reunião de líderes para continuar a trabalhar a toda a velocidade sobre o plano de paz.
"Estamos numa encruzilhada da história. Este não é um momento para mais conversas. É hora de agir", enfatizou.
Starmer diz que líderes europeus mantém apoio à Ucrânia e pressão económica sobre a Rússia
Keir Starmer revelou que os líderes reunidos em Londres concordaram em manter a ajuda militar à Ucrânia e, ao mesmo tempo, aumentar a pressão económica sobre a Rússia. Além disso, sublinhou, os líderes vão insistir que a Ucrânia terá de estar na mesa das negociações.
Reino Unido anuncia mais um financiamento de 1,9 mil M€ à Ucrânia para comprar 5000 mísseis de defesa
Depois de no sábado ter anunciado anunciado um acordo de empréstimo de 2,73 mil milhões de euros à Ucrânia, Starmer revela agora que a Ucrânia vai receber mais um financiamento de 1,9 mil milhões de euros que irá permitir aos ucranianos “comprar mais de 5000 mísseis de defesa aérea, que serão fabricados em Belfast".
“Este armamento será vital para proteger infraestruturas críticas e fortalecer a Ucrânia para que haja uma garantia da paz. Temos de aprender com os erros do passado e não podemos aceitar um acordo fraco como o de Minsk, que a Rússia pôde violar com facilidade”, acrescentou Starmer.
Starmer diz que Reino Unido e França vão elaborar plano para acabar com a guerra na Ucrânia
O primeiro-ministro Keir Starmer apresenta as conclusões da cimeira de líderes europeus.
Starmer anunciou que Reino Unido, a França e outros países vão elaborar um plano para acabar com a guerra na Ucrânia e vão, depois, apresentá-lo aos Estados Unidos.
O chefe do governo britânico assumiu que o encontro de hoje foi para unir os aliados europeus. “O nosso ponto de partida deve ser colocar a Ucrânia na posição mais forte possível agora”, disse.
Cimeira já terminou. Zelensky já partiu de helicóptero para se encontrar com o rei Charles
A cimeira de líderes europeus, em Londres, já terminou. A qualquer momento vai realizar-se uma conferência de imprensa onde vão ser comunicadas as conclusões deste encontro.
Quem não irá participar é Volodymyr Zelensky, que partiu de helicóptero para Norfolk, onde se irá encontrar com o rei Charles, de Inglaterra, na residência de Sandringham.
"Precisamos de um líder que possa lidar connosco", diz conselheiro de Trump
Um dos principais conselheiros do presidente norte-americano Donald Trump disse este domingo que os Estados Unidos precisam de um líder ucraniano que esteja disposto a garantir uma paz duradoura com a Rússia, mas que não é claro se o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está preparado para isso.
"Precisamos de um líder que possa lidar connosco, eventualmente lidar com os russos e acabar com esta guerra", disse Mike Waltz à CNN quando questionado. seentendia que Zelensky se deve demitir depois do confronto de sexta-feira na Sala Oval da Casa Branca.
"Se se tornar claro que as motivações pessoais ou políticas do Presidente Zelenskiy divergem do fim dos conflitos no seu país, então penso que temos um problema real em mãos", acrescentou Waltz, que já antes comparara Zelensky a "uma ex-namorada que quer discutir tudo o que disseste há nove anos, em vez de levar a relação para a frente”.
Zelensky reforça que "Ucrânia precisa de paz apoiada por sólidas garantias de segurança"
Ainda antes do arranque da cimeira, Zelensky teve um encontro com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, que tem demonstrado estreita sintonia com Trump e que tem recebido elogios do presidente-norte-americano. Para o presidente ucraniano esta foi uma reunião "produtiva".
Nas redes sociais, Zelensky defendeu que "ninguém, além de Putin, está interessado na continuação e no rápido regresso da guerra". "Por conseguinte, é importante manter a unidade em torno da Ucrânia e reforçar a posição do nosso país em cooperação com os nossos aliados – os países da Europa e os Estados Unidos", defendeu, voltando a realçar a necessidade de alcançar uma paz duradoura e justa.
"A Ucrânia precisa de paz apoiada por sólidas garantias de segurança", reforça.
"Momento único numa geração" para a segurança da Europa, diz Starmer
Na abertura dos trabalhos na cimeira de Londres, o primeiro-ministro britânico considerou que a Europa está num "momento único numa geração" no que respeita à segurança.
“Obter um bom resultado para a Ucrânia não é apenas uma questão de certo ou errado. É vital para a segurança de todas as nações aqui e de muitas outras também”, disse Keir Starmer, segundo avança o The Guardian.
Starmer avançou que as negociações deste domingo vão centrar-se no objetivo de alcançar uma "paz justa e duradoura" e de apoiar a Ucrânia, considerando que a Rússia, ao mesmo tempo que fala de paz, "continua a sua agressão implacável".
“Estamos todos convosco, com a Ucrânia, durante o tempo que for necessário”, afiançou.
Líderes europeus começam a chegar para cimeira em Londres
Os líderes europeus estão a começar a chegar a Lancaster House, em Londres, local onde vai decorrer a cimeira sobre a defesa europeia e o processo de paz para a guerra na Ucrânia. que junta cerca de 17 líderes internacionais.
Emmanuel Macron, presidente francês, foi o primeiro a chegar.
Além do Reino Unido, estarão representados a Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também vai participar, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Portugal está fora.
Starmer recebe Meloni antes da cimeira
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recebeu esta manhã a homóloga italiana, Georgia Meloni.
A chefe de Governo de Itália falou ao telefone com o presidente dos EUA, na noite de sábado. Meloni é uma das poucas líderes europeias que Donald Trump tem elogiado publicamente e poderá funcionar como uma ponte entre a Europa e os Estados Unidos.
À entrada de Downing Street, Melonidisse que este é um "momento precioso" e realçou que "é muito importante falar uns com os outros".
"Estamos todos muito empenhados num objetivo que todos queremos alcançar, que é uma paz justa e duradoura na Ucrânia. Penso que é muito, muito importante evitarmos o risco de o Ocidente se dividir. Acredito que o Reino Unido e a Itália podem desempenhar um papel importante na construção de pontes", afirmou.
Na sexta-feira, após o confronto verbal na Casa Branca, a primeira-ministra de Itália sugeriu uma cimeira urgente entre Estados Unidos, países europeus e aliados sobre desafios comuns como a Ucrânia, para evitar "divisões que enfraquecem o Ocidente".
Meloni tem demonstrado estreita sintonia com Trump, que chegou a visitar pouco antes da tomada de posse na sua residência de Mar-a-Lago, tendo estado também presente na sua tomada de posse.
Kremlin garante que nova política externa dos EUA coincide com a sua visão
O Kremlin afirmou este domingo que a mudança radical na política externa dos EUA em relação à Rússia coincide "em grande parte" com a sua visão.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, constatou, numa entrevista à televisão estatal, gravada na quarta-feira mas divulgada apenas este domingo, que a nova administração norte-americana está a alterar rapidamente a sua política externa. "Isto coincide em grande parte com a nossa visão", disse.
"Ainda há um longo caminho a percorrer, porque toda a relação bilateral sofreu enormes danos. Mas se a vontade política de ambos os líderes, o presidente Putin e o presidente Trump, se mantiver, este caminho poderá ser bastante rápido e bem-sucedido", acrescentou Peskov.
Desde a sua tomada de posse, a 20 de Janeiro, Donald Trump alterou significativamente a política externa dos EUA em comparação com a do seu antecessor Joe Biden. Na sexta-feira, atacou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, num confronto inédito na Casa Branca, lançando dúvidas sobre o apoio de Washington a Kiev.
Von der Leyen promete mais gastos em defesa e defende que "fraqueza gera mais guerra"
A presidente da Comissão Europeia, que vai participar hoje numa cimeira em Londres sobre a Ucrânia, afirmou que a União Europeia (UE) vai aumentar as despesas com defesa, defendendo que "a fraqueza gera mais guerra".
"O caminho para a paz é a força. A fraqueza gera mais guerra. Apoiaremos a Ucrânia, enquanto empreendemos um aumento da defesa europeia", escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.
A presidente da Comissão Europeia, que viaja para Londres a partir da Índia, país com o qual Bruxelas tem procurado aprofundar os laços na nova ordem mundial promulgada pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, expressou ainda "o apoio contínuo da Europa à Ucrânia, que pode levar a uma paz justa e duradoura".
Von der Leyen deverá apresentar novas fórmulas de financiamento para aumentar as despesas com a defesa no início desta semana, pouco antes de os líderes europeus se reunirem em Bruxelas, numa cimeira extraordinária para discutir como recuperar um lugar à mesa das negociações sobre a Ucrânia, da qual foram excluídos por Trump e pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Lusa
Cimeira em Londres para formar "coligação de voluntariosos"
O primeiro-ministro britânico recebe este domingo cerca de 17 líderes internacionais em Londres para uma cimeira sobre a defesa europeia e o processo de paz para a guerra na Ucrânia.
Além do Reino Unido, estarão representados a Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também vai participar, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa. Portugal é um dos países excluídos.
O primeiro-ministro espera que a cimeira possa discutir o formato de uma "garantia de segurança europeia" quando for alcançado um cessar-fogo na Ucrânia, e admitiu que será composta no início por um grupo de países dispostos a integrar uma força de manutenção da paz.
"Temos de encontrar os países na Europa que estejam preparados para ser mais predispostos. Não estou a criticar ninguém, mas em vez de avançar ao passo de cada um dos países na Europa, que seria lento, temos de formar uma 'coligação de voluntariosos'", disse.
O Reino Unido e a França são os países "mais avançados" nesta matéria, admitiu.
Reino Unido e França trabalham num plano para cessar combates
O pimeiro-ministro britânico afirmou este domingo, em entrevista à BBC, que o Reino Unido e a França estão a trabalhar com a Ucrânia "num plano para acabar com os combates" na guerra com a Rússia.
"Concordámos que o Reino Unido, juntamente com a França e, mais uma vez, mais um ou dois (países), trabalharemos com a Ucrânia num plano para pôr fim aos conflitos e depois discutiremos esse plano com os Estados Unidos", afirmou Keir Starmer.
A decisão foi tomada no sábado à noite, depois de receber o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Londres, e de falar ao telefone com o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.
Starmer considera este "um passo em frente" após o confronto verbal entre Zelensky e Trump na sexta-feira, que terminou com o chefe de Estado ucraniano a abandonar a visita à Casa Branca sem assinar o acordo sobre minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas previsto.
"Senti-me desconfortável, ninguém quer ver aquilo. Mas o importante é saber como reagir", confiou Starmer à BBC a propósito das cenas transmitidas na televisão.
Em vez de "aumentar a retórica sobre o quão indignados estamos todos", numa referência velada a outros líderes europeus, Starmer decidiu "arregaçar as mangas, pegar no telefone, falar com o Presidente Trump, falar com o Presidente Zelensky" naquele mesmo dia.
"A minha reação é que temos de fazer a ponte para encontrar uma forma de trabalharmos todos em conjunto" para chegar a uma paz duradoura, a qual está convicto que Trump também deseja.
Zelensky agradece "encontro caloroso" com Keir Starmer
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky agradeceu, através da rede social X, o "encontro de muito significado e caloroso" que teve hoje, em Downing Street, com o primeiro-ministro Keir Starmer.
"Discutimos os desafios que a Ucrânia e toda a Europa enfrentam, a coordenação com parceiros, medidas concretas para fortalecer a posição da Ucrânia e o fim da guerra com uma paz justa, juntamente com garantias de segurança robustas", revelou Zelensky, destacando igualmente o empréstimo britânico no valor de 2,73 mil milhões de euros para defesa.
"Este empréstimo aumentará a capacidade de defesa da Ucrânia e será reembolsado usando as receitas dos ativos russos que estão congeladas. Os fundos serão direcionados para a produção de armas na Ucrânia", garantiu, considerando ser esta "a verdadeira justiça, pois aquele que começou a guerra deve pagar".
A terminar a publicação, que surgiu acompanhado por um vídeo das pessoas na rua que o apoiaram, agradeceu "ao povo e ao governo do Reino Unido pelo tremendo apoio desde o início da guerra". "Estamos felizes em ter estes parceiros estratégicos e por compartilhar a mesma visão de um futuro seguro para todos", concluiu.
Londres e Kiev assinam acordo de empréstimo de 2,73 mil milhões de euros para defesa
O Reino Unido e a Ucrânia assinaram hoje um acordo para um empréstimo de 2,73 mil milhões de euros destinados a apoiar a capacidade de defesa de Kiev, sendo considerado por Londres um "apoio inabalável ao povo ucraniano".
O acordo foi assinado numa cerimónia 'online' entre a ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, e o seu homólogo ucraniano, Sergii Marchenko, enquanto o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, mantinha um encontro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Londres.
O empréstimo de 2,26 mil milhões de libras (2,73 mil milhões de euros) será reembolsado com receitas dos ativos russos congelados.
Londres apresentou o acordo como um sinal de "apoio inabalável ao povo ucraniano".
Keir Starmer e Volodymyr Zelensky estiveram hoje reunidos em Londres durante cerca de uma hora, sem declarações à imprensa.
Lula da Silva diz que discussão na Sala Oval foi "grotesca" e que "Zelensky foi humilhado"
O presidente brasileiro Lula da Silva classificou como "grotesca" a conversa entre Trump e Zelensky na Sala Oval.
"Desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa como a que aconteceu na Casa Branca", disse numa visita ao Uruguai, assumindo que "Zelensky foi humilhado" e que "a União Europeia foi prejudicada".
Zelensky deixa Downing Street com outro abraço de Starmer
Já terminou o encontro entre o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Downing Street.
O chefe de governo britânico acompanhou-o ao automóvel e deu um abraço de despedida ao líder ucraniano.
Ambos vão estar amanhã na cimeira de líderes europeus em Londres.
Presidente polaco insta Zelensky a "regressar à mesa de negociações" com EUA
O Presidente polaco, Andrzej Duda, apelou hoje ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para "regressar à mesa de negociações" com os Estados Unidos, apesar da discussão pública com o líder norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira, na Casa Branca.
"Zelensky deve voltar à mesa (...) e negociar calmamente uma solução que torne a Ucrânia segura", disse Duda, manifestando-se convicto de que a única potência no mundo com poder para parar a agressão russa são os Estados Unidos.
Este apelo é particularmente importante porque a Polónia é um dos aliados mais próximos de Kiev na guerra contra a Rússia e tem servido de plataforma logística para canalizar a ajuda militar de outros países.
No entanto, o Presidente polaco sempre foi um admirador declarado de Donald Trump.
Lusa
Míssil russo atinge porto da cidade ucraniana de Odessa
Um míssil russo atingiu hoje as instalações portuárias na cidade de Odessa, no sul da Ucrânia. Do ataque resultaram dois trabalhadores portuários feridos, além de terem ficado danificadas várias infraestruturas e um navio de bandeira panamiana que pertence a uma empresa europeia.
O anúncio foi feito governador regional ucraniano Oleh Kiper através de uma publicação na rede social Telegram.
Portugal não vai estar na cimeira de líderes europeus este domingo em Londres
Portugal não vai estar representado na cimeira de líderes europeus que vai realizar-se amanhã em Londres e que contará com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
A notícia foi avançada pela agência Lusa, citando fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que adiantou ainda que no encontro estarão líderes de França, Alemanha, Dinamarca, Itália e Turquia, bem como António Costa, presidente do Conselho Europeu, Mark Rutte, secretário-geral da NATO, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Zelensky agradecido ao povo do Reino Unido "pelo grande apoio desde o início desta guerra"
Zelensky agradeceu depois as palavras de Starmer. "É com prazer que estou aqui. Vi muitas pessoas lá fora e quero agradecer ao povo do Reino Unido, pelo grande apoio desde o início desta guerra", disse, agradecendo ainda ao rei Carlos: "Estou muito feliz que Sua Majestade o Rei tenha aceite a minha reunião de amanhã e estou grato por ter organizado uma cimeira tão grande para amanhã".
O líder ucraniano disse ainda que o povo ucraniano está "muito feliz pelos parceiros estratégicos" que a Ucrânia tem.
Zelensky reunido em Downing Street com o primeiro-ministro Starmer
Volodymyr Zelensky já está na residência oficial do primeiro-ministro britânico para se reunir com Keir Starmer.
À chegada a Downing Street, o líder ucraniano foi aplaudido pelas centenas de pessoas que estavam no local à sua espera.
Ainda à porta da residência oficial, Starmer deu um abraço a Zelensky e já lá dentro garantiu que a Ucrânia "tem o apoio total de todo o Reino Unido", naquilo que foi um contraste com a receção que o líder ucraniano teve na véspera para o encontro com Trump.
"Estaremos a seu lado e ao lado da Ucrânia durante o tempo que for necessário”, garantiu o chefe do governo britânico, assumindo uma determinação "absoluta" e "inabalável" para alcançar "uma paz duradoura baseada na soberania e na segurança”.
Em resposta, líder ucraniano disse a Starmer que "os ucranianos contam com o vosso apoio" e aproveitou para agradecer o empenho do Reino Unido.
Zelensky envia a mesma mensagem aos 38 líderes que lhe manifestaram solidariedade
Volodymyr Zelensky agradeceu individualmente a cada um dos 38 líderes que lhe manifestaram solidariedade após a tensão reunião desta sexta-feira com Donald Trump.
Em resposta a cada um, incluindo António Costa ou Luís Montenegro, escreveu "obrigado pelo vosso apoio" na rede social X.
Esta sequência de respostas surgiu logo após Zelenskyy ter publicado: "Obrigado, América, obrigado pelo vosso apoio, obrigado por esta visita. Obrigado, Presidente dos EUA, Congresso e povo americano".
Zelensky vai encontrar-se com o rei Carlos
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky vai encontrar-se amanhã com o rei Carlos, de Inglaterra, de acordo com uma notícia avançada pela Sky News.
Este encontro realiza-se na casa de campo de Sandringham, em Norfolk, e surge no mesmo dia em que se realiza a cimeira de defesa de líderes europeus em Londres, na qual o líder ucraniano estará presente.
Rússia acusa Kiev de segundo ataque ao gasoduto TurkStream em dois meses
A Rússia acusou hoje, pela segunda vez em dois meses, a Ucrânia de ter atacado com drones o gasoduto TurkStream, a única infraestrutura russa que serve a Europa desde que o fornecimento foi interrompido através do território ucraniano.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, as forças ucranianas dispararam três drones contra a estação Russkaya localizada na aldeia de Gay-Kodzor, na região sul de Krasnodar, adianta a agência noticiosa francesa AFP.
Os três drones "foram abatidos a uma distância segura da estação" pela defesa antiaérea e não provocaram qualquer interrupção no seu funcionamento, relatou o ministério, em comunicado.
Lusa
Secretário-geral da NATO diz que Zelensky tem de restaurar relação com Trump
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, disse este sábado à BBC que já falou duas vezes com Zelensky desde o confronto verbal de sexta-feira no encontro com Donald Trump, na Casa Branca.
Sem querer adiantar muito acerca do conteúdo das conversas, Rutte realçou que disse ao presidente ucraniano que é necessário respeitar o que Trump fez pela Ucrânia e que deve restaurar a relação com o presidente norte-americano.
Viktor Orbán desafia União Europeia a iniciar conversações com Rússia
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, desafiou este sábado a União Europeia a iniciar negociações com a Rússia, ameaçando bloquear a próxima cimeira, segundo uma carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, António Costa, a que a AFP teve acesso.
"Estou convencido de que a União Europeia, tal como os Estados Unidos, deve iniciar conversações diretas com a Rússia sobre um cessar-fogo e paz duradoura na Ucrânia", escreveu Orbán na carta, cuja autenticidade foi confirmada por diplomatas europeus à AFP.
Também a Europa Press salienta que na carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Orbán destaca a dificuldade de se encontrar um consenso sobre a Ucrânia entre os membros da União Europeia.
Orbán salienta as "diferenças estratégicas na abordagem [europeia] à Ucrânia que não podem ser ultrapassadas por rascunhos ou comunicados".
A Hungria tem sido um obstáculo à unidade da União Europeia relativamente à guerra na Ucrânia, tendo Orbán desafiado, no ano passado, Bruxelas a visitar o Presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo.
Os líderes europeus vão reunir-se no domingo em Londres com vista a reforçar o apoio à Ucrânia.
Lusa
"Porque é que não veste fato?". Jornalista diz que roupa de Zelensky é um desrespeito pelos EUA
O encontro de Volodymyr Zelensky com o homólogo norte-americano Donald Trump na Casa Branca, na sexta-feira, ficou marcado pelo cofronto verbal entre ambos, que envolveu também o vice-presidente dos EUA, JD Vance, mas também por uma questão relacionada com o guarda-roupa do presidente ucraniano.
Desde o início da guerra na Ucrânia, o presidente ucraniano veste habitualmente t-shirt verde, o chamado verde-tropa, para lembrar que o seu país está em guerra. Na sexta-feira, usou um polo preto, igual ao que usarava na reunião do G7.
No entanto, um jornalista, correspondente principal da Casa Branca para o site de direita Real America’s Voice, perguntou a Zelensky porque é que não usa fato. E este sábado voltou ao assunto nas redes sociais para dizer que não usar fato reflete desrespeito pelos Estados Unidos, pelo presidente norte-americano e pelos cidadãos daquele país.
Leia mais e veja as imagens aqui:
Rússia fala em "comportamento escandalosamente rude" de Zelensky e em "fracasso"
A Rússia qualificou hoje de "completo fracasso" a visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Washington, marcada pelo confronto público com o homólogo norte-americano, Donald Trump, e garantiu manter o objetivo de 'desnazificar' Kiev.
A visita "é um completo fracasso político e diplomático do regime de Kiev", defendeu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, que acusou o ucraniano de ser "incapaz de demonstrar sentido de responsabilidade".
Em comunicado, acrescentou que Zelensky "recusa a paz" e usa "mentiras e manipulações para justificar a continuação das hostilidades e a receção de ajuda militar e financeira do Ocidente".
"Com o seu comportamento escandalosamente rude durante a sua estadia em Washington, Zelensky confirmou que é a ameaça mais perigosa para a comunidade internacional, enquanto belicista irresponsável", condenou.
Zakharova acusou ainda os líderes europeus de "fraqueza política" e "degradação moral" por apoiarem Zelensky perante a "lição de moral" que recebeu na Sala Oval da Casa Branca.
Também reafirmou que os objetivos russos na Ucrânia "permanecem inalterados", nomeadamente a "desmilitarização" e a "desnazificação" do país e o "reconhecimento das realidades existentes no terreno".
Lusa
Zelensky vai reunir-se com primeiro-ministro britânico
O presidente ucraniano está em Londres, onde se vai encontrar com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, esta tarde.
Starmer convocará amanhã, segundo avança a Sky News, uma reunião de líderes europeus em Downing Street, com o objetivo de planear a melhor forma de supervisionar um futuro acordo de paz na Ucrânia, o qual, segundo o governante, terá de envolver os EUA.
Presidente ucraniano diz que é "crucial" ter o apoio dos EUA
Após o confronto verbal de sexta-feira na Sala Oval, Zelensky emitiu este sábado um comunicado em que diz que a situação da Ucrânia é difícil e que precisa do apoio dos Estados Unidos, de Trump e dos americanos para alcançar uma paz segura e duradoura.
"Estamos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio. Estou grato ao Presidente Trump, ao Congresso pelo apoio bipartidário e ao povo americano. Os ucranianos sempre apreciaram este apoio, especialmente durante estes três anos de invasão em grande escala", começa, dizendo que a ajuda dos EUA foi "essencial" para a sobrevivência do país.
"É crucial para nós termos o apoio do Presidente Trump. Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém quer a paz mais do que nós. Somos nós que vivemos esta guerra na Ucrânia. É uma luta pela nossa liberdade, pela nossa própria sobrevivência", acrescentou Zelensky.
O presidente ucraniano citou depois o antigo presidente norte-americano Ronald Reagan: "A paz não é apenas a ausência de guerra". E reafirmou que "um cessar-fogo não funcionará com Putin". "Quebrou o cessar-fogo 25 vezes nos últimos 10 anos. A verdadeira paz é a única solução", defendeu.
"Estamos prontos para assinar o acordo de minerais, e este será o primeiro passo para as garantias de segurança", prosseguiu Zelensky. "Mas não é suficiente, e precisamos de mais do que isso. Um cessar-fogo sem garantias de segurança é perigoso para a Ucrânia. Estamos a lutar há três anos, e o povo ucraniano precisa de saber que a América está do nosso lado", acrescentou, diznedo que não pode mudar a posição da Ucrânia em relação à Rússia.
"Os russos estão a matar-nos. A Rússia é o inimigo, e é essa a realidade que enfrentamos. A Ucrânia quer a paz, mas deve ser uma paz justa e duradoura", afirmou, dendendo a necessidade de uma postura forte na mesa de negociações.
"O acordo sobre os minerais é apenas um primeiro passo em direção a garantias de segurança e à aproximação da paz", disse, admitindo que a situação da Ucrânia é difícil. "Será difícil sem o apoio dos EUA", admitiu. "A Europa está pronta para contingências e para ajudar a financiar o nosso grande exército. Precisamos também do papel dos EUA na definição das garantias de segurança – que tipo, que volume e quando. Quando estas garantias estiverem em vigor, poderemos falar com a Rússia, a Europa e os EUA sobre diplomacia".
"A nossa relação com o presidente americano é mais do que apenas dois líderes. É um laço histórico e sólido entre os nossos povos. É por isso que começo sempre com palavras de gratidão da nossa nação para com a nação americana", disse o presidente ucraniano.
"O povo americano ajudou a salvar o nosso povo. Os seres humanos e os direitos humanos estão em primeiro lugar. Estamos realmente gratos. Queremos apenas relações fortes com a América, e espero realmente que as tenhamos", acrescentou.
Zelensky pede que ninguém se esqueça do povo ucraniano
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje que "ninguém se esqueça" do seu país, que enfrenta um conflito armado com a Rússia, após a discussão pública durante um encontro com Donald Trump, na Casa Branca.
"Para nós é muito importante que a Ucrânia seja ouvida e que ninguém se esqueça dela, nem durante a guerra nem depois", escreveu Zelensky numa mensagem publicada na sua conta no Telegram.
"É importante que o povo ucraniano saiba que não está sozinho, que os seus interesses estão representados em todos os países, em todos os cantos do mundo", acrescentou Zelensky, que esta sexta-feira esteve reunido com a comunidade ucraniana na capital dos Estados Unidos.
O Presidente ucraniano também aproveitou para reiterar o seu agradecimento ao apoio recebido, sem mencionar de forma direta o incidente com Trump, que resultou numa inédita e tensa discussão pública.
"Obrigado pelo vosso apoio durante este momento difícil, por todos os vossos esforços pela Ucrânia e pelos ucranianos, e pela vossa ajuda, não apenas diplomática e financeira, mas também política, e pelas vossas orações", acrescentou.
Zelensky continua a escrever mensagens de agradecimento ao apoio
"Thank you for your support". É com esta frase, repetida exaustivamente no X, que Volodymyr Zelensky, continua a agradecer aos seus apoiantes após o confronto verbal com Donald Trump na sexta-feira na Sala Oval da Casa Branca.
O presidente ucraniano enviou, entre sexta-feira e este sábado, mais de 30 mensagens de agradecimento aos seus apoiantes em resposta às manifestações de apoio que recebeu, entre elas a do primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
Apesar do tom da discussão, Zelensky também agradeceu aos Estados Unidos "pelo apoio" e por "esta visita", assim como ao Presidente norte-americano, Donald Trump, ao Congresso e ao povo americano.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia também publicou, através da rede X, várias mensagens de agradecimento em resposta ao apoio demonstrado pelos ministérios homólogos de países europeus.
Na acesa troca de palavras na Casa Branca, o vice-presidente norte-americano, JD Vance, perguntou Zelensky se tinha dito "'obrigado' uma única vez".
Trump pondera suspender apoio militar a Kiev após altercação com Zelensky
O Governo norte-americano liderado por Donald Trump está a considerar suspender o envio de equipamento militar para a Ucrânia, após a altercação registada na Casa Branca com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, noticiou na sexta-feira o jornal Washington Post.
De acordo com o Post, que cita uma alta autoridade norte-americana, o governo está a considerar "suspender todos os envios em curso" para a Ucrânia devido à intransigência de Zelensky em relação ao processo de paz com a Rússia.
Esta medida afetaria a chegada de radares, veículos, munições e mísseis à Ucrânia.
Zelensky: "Ninguém quer acabar com a guerra mais do que nós"
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu esta sexta-feira que os ucranianos são os primeiros a querer acabar com a guerra, mas recusou conversações de paz com a Rússia sem garantias de segurança contra uma nova ofensiva.
"Ninguém quer acabar com a guerra mais do que nós", sublinhou Zelensky numa entrevista à Fox News na conclusão de uma visita a Washington marcada por um confronto verbal na Casa Branca com o Presidente norte-americano.
Horas depois de Donald Trump ter ameaçado "abandonar" a Ucrânia se esta não assinasse um acordo de cessar-fogo já, Zelensky frisou que Kiev "não quer perder" o apoio de Washington, maior contribuidor para o esforço militar contra o invasor russo desde a invasão em 2022.
"Será difícil sem o vosso apoio, mas não podemos perder os nossos valores, o nosso povo. Não podemos perder a nossa liberdade", afirmou Zelensky, cujo país foi invadido pela Rússia, que em 2022 declarou a anexação de quatro regiões no leste e sul.
Depois de Trump o ter acusado de "desrespeito" na Casa Branca, num confronto verbal sem precedentes perante a comunicação social, e de abandonar prematuramente o encontro, o líder ucraniano rejeitou na entrevista dever um pedido de desculpas ao seu homólogo norte-americano.
"Respeito o Presidente [Trump] e respeito o povo americano", disse Zelensky.
Zelensky admite que discussão com Trump "não foi boa" para ninguém
Volodymyr Zelensky afirmou esta sexta-feira à noite, após o confronto na Sala Oval com Donald Trump, que a discussão com o presidente norte-americano "não foi boa para ambos os lados".
"Sou muito aberto, mas não posso mudar a atitude da Ucrânia em relação à Rússia. São assassinos para nós. Isso é muito claro para nós", disse, em entrevista à Fox News.
"A América [EUA] é nossa amiga, a Europa é nossa amiga… A Rússia é nossa inimiga. Isto não significa que não queiramos a paz", vincou.
Questionado sobre se está a ser pressionado para pedir desculpas a Trump, recusou responder diretamente: "Respeito o presidente e o povo norte-americano. Penso que temos de ser muito abertos e muito honestos. Somos parceiros, somos parceiros muito próximos. Temos de ser justos, temos de ser livres."
Zelensky admitiu ainda que o ideal era a conversa não ter acontecido em frente aos jornalistas, porque há "algumas coisas" que têm de ser discutidas longe da comunicação social.
Trump acusa Zelensky de querer "continuar a lutar" e exige "cessar-fogo já"
O Presidente norte-americano, Donald Trump, acusou hoje o homólogo ucraniano de "querer continuar a lutar" e de rejeitar a sua proposta para "um cessar-fogo já" com o invasor russo.
Ao sair da Casa Branca para um fim de semana na sua residência da Florida, usando o seu típico boné vermelho "Make America Great Again" ("Tornar a América Grande Novamente") o Presidente americano disse à imprensa que Zelensky tinha "sobrestimado o seu poder negocial" e criticou a alegada oposição deste a um cessar-fogo com a Rússia.
Meloni sugere cimeira urgente contra "divisão que enfraquece o Ocidente"
A primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, sugeriu hoje uma cimeira urgente entre Estados Unidos, países europeus e aliados sobre desafios comuns como a Ucrânia, para evitar "divisões que enfraquecem o Ocidente".
Meloni, uma das poucas líderes europeias que Donald Trump tem elogiado publicamente, divulgou hoje um comunicado após uma discussão pública do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Washington com o anfitrião Presidente norte-americano.
"É necessária uma cimeira imediata entre os Estados Unidos, os Estados europeus e os aliados para falar francamente sobre a forma como pretendemos enfrentar os grandes desafios de hoje, a começar pela Ucrânia, que defendemos juntos nos últimos anos, e aqueles que seremos chamados a enfrentar no futuro", disse a chefe do governo italiano no comunicado divulgado pelo seu gabinete.
"Esta é a proposta que a Itália tenciona apresentar aos seus parceiros nas próximas horas", acrescentou.
Meloni apelou ainda a que se evitem divisões entre os países ocidentais.
"Cada divisão do Ocidente enfraquece-nos a todos e favorece aqueles que desejam ver o declínio da nossa civilização, não do seu poder e influência, mas dos princípios em que foi fundada, em primeiro lugar e acima de tudo a liberdade", observou Meloni.
"Esta divisão não convém a ninguém", advertiu a líder do partido nacionalista Irmãos de Itália, considerada uma das principais aliadas de Trump na Europa.
Meloni tem demonstrado estreita sintonia com Trump, que chegou a visitar pouco antes da tomada de posse na sua residência de Mar-a-Lago, tendo estado também presente na sua tomada de posse.
Líderes dos partidos portugueses reafirmam apoio a Zelensky e condenam Trump
Além de Montenegro e Pedro Nuno Santos, também os líderes de IL, BE, Livre e PAN reagiram ao confronto na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o Presidente dos Estados Unidos, reafirmando o apoio à Ucrânia e condenando Donald Trump.
O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, recorreu ao X para defender que "não se pode estar ao lado da Ucrânia e estar simultaneamente ao lado de Trump", tal como "não se pode defender a UE [União Europeia] e estar simultaneamente ao lado de Putin" e que "não se pode defender Portugal e estar simultaneamente ao lado dos seus inimigos".
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, afirmou no X que Zelensky, "ao não se vergar à intimidação de um extorsionário, foi uma autêntica lição de anti-imperialismo".
Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, Trump e o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, "decidiram humilhar Zelensky na Casa Branca".
"O mundo está a assistir, em direto, a uma sucessão de mentiras e acusações. O que é preciso acontecer mais para que o Governo português condene Trump? Nem Putin, nem Trump: a Europa tem de afirmar a sua autonomia", acrescentou Mariana Mortágua no X.
A líder do PAN, Inês Sousa Real, partilhou a opinião da coordenadora do BE de que Trump tentou humilhar o Presidente ucraniano na Casa Branca.
"Donald Trump desceu ao mais baixo nível da falta de diplomacia na sua tentativa de humilhar Zelensky e a Ucrânia. Perante todo este contexto, a Europa pode e deve ser um farol no que respeita ao progresso, união e respeito dos valores que devem nortear as relações entre estados", escreveu no X a deputada única do PAN.
Von der Leyen promete trabalhar com Zelensky para "paz justa e duradoura"
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu hoje trabalhar com o Presidente da Ucrânia para uma "paz justa e duradoura" neste país, após uma discussão pública de Volodymyr Zelensky em Washington com o anfitrião Donald Trump.
Numa mensagem na rede social X idêntica às publicadas pelos presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, von der Leyen afirmou que Zelensky "nunca está só", recomendando-lhe que "seja forte, corajoso, destemido".
"Continuaremos a trabalhar consigo para uma paz justa e duradoura", publicou von der Leyen.
"A vossa dignidade honra a bravura do povo ucraniano", adiantou.
As mensagens foram publicadas pouco depois de Zelensky abandonar prematuramente a Casa Branca, após uma reunião com Trump na Sala Oval, perante a comunicação social, que se tornou num confronto verbal sem precedentes.
Montenegro e Pedro Nuno Santos enviam mensagens de apoio à Ucrânia
Numa curta mensagem na rede social X, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, escreveu: "A Ucrânia pode sempre contar com Portugal, Zelensky."
Também o líder da oposição em Portugal, o socialista Pedro Nuno Santos, se dirigiu ao povo ucraniano através da mesma plataforma: "A luta da Ucrânia pela liberdade e pela independência é também a nossa luta. Uma luta feita de coragem, de resistência e de determinação."
Metsola enaltece "dignidade" de Zelensky
A Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, enalteceu a "dignidade" de Volodymyr Zelensky na visita à Casa Branca.
"A sua dignidade honra a bravura do povo ucraniano. Seja forte, seja corajoso, seja destemido. Você nunca está sozinho, caro Presidente Zelensky. Continuaremos a trabalhar com vocês por uma paz justa e duradoura", escreveu na rede social X.
Zelensky agradece aos Congresso, ao povo americano e a... Trump
"Obrigado, América, obrigado pelo vosso apoio, obrigado por esta visita. Obrigado presidente Trump, Congresso e povo americano. A Ucrânia precisa de uma paz justa e duradoura, e estamos a trabalhar exatamente para isso", escreveu o presidente ucraniano na rede social X após a reunião com o homólogo norte-americano.
Fox News diz que Trump expulsou Zelensky da Casa Branca
A estação de televisão norte-americana Fox News avançou com a notícia de que Trump terá expulso Zelensky da Casa Branca, após a discussão na Sala Oval.
A mesma fonte diz que o presidente dos EUA sentiu-se "desrespeitado".
Zelensky deverá esclarecer esta situação ainda hoje numa entrevista à Fox News marcada para quando forem 23.00 horas em Lisboa.
Embaixadora da Ucrânia nos EUA incrédula
Oksana Markarova, a embaixadora ucraniana nos Estados Unidos, estava presente na Sala Oval no momento em que a conversa entre Zelensky e Trump azedou e não escondeu o desânimo e a incredulidade pelo que estava a assistir.
Zelensky abandona a Casa Branca
Volodymyr Zelensky e a sua comitiva abandonou mais cedo do que o previsto a Casa Branca.
O presidente da Ucrânia tinha prevista uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo norte-americano Donald Trump, mas acabou por deixar a Casa Branca sem o acordo sobre os minerais assinado, depois da tensão entre os dois chefes de Estado na Sala Oval.
A própria Casa Branca confirmou que não foi assinado qualquer acordo.
Cancelada a conferência de imprensa conjunta. Trump: "Zelensky pode voltar quando estiver pronto para a paz"
A conferência de imprensa conjunta entre Trump e Zelensky que estava prevista para depois do encontro e da assinatura do acordo dos minerais ucranianos foi cancelada, depois da discussão que os dois chefes de Estado tiveram na Sala Oval.
O presidente dos Estados Unidos já publicou uma mensagem na rede social Truth Social que mostra o fracasso das conversas com o presidente ucraniano.
"Zelensky pode voltar quando estiver pronto para a paz", escreveu
“Tivemos uma reunião muito significativa hoje na Casa Branca. Aprendemos que nunca poderia nunca poderia ter havido uma conversa sob tanto fogo e pressão. É incrível o que vem ao de cima devido às emoções. Cheguei à conclusão que o presidente Zelensky não está pronto para a paz se a América estiver envolvida, porque sente que o nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Não quero vantagens, quero paz. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América na Sala Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz", pode ler-se na publicação na rede social.
Zelensky não quer compromissos com "assassino" Putin sobre territórios
Antes de a tensão aumentar durante a reunião, Volodymyr Zelensky disse esperar que um acordo EUA-Ucrânia fosse "o primeiro passo para garantias reais de segurança para a Ucrânia", pois esperava apoio norte-americano e europeu.
"Já disse o suficiente sobre a guerra. Acho que é muito importante dizer estas palavras a Putin logo no início, porque ele é um assassino e um terrorista. Espero que juntos o possamos travar, mas para nós é muito importante salvar o nosso país, os nossos valores, a nossa liberdade e democracia e, claro, não fazer concessões ao assassino sobre os nossos territórios", afirmou o presidente ucraniano.
Zelensky falou ainda da necessidade da Ucrânia de obter mais defesa aérea para ajudar a combater os ataques russos e da importância de trazer de volta as crianças ucranianas levadas à força para a Rússia.
O presidente da Ucrânia referiu também que a Rússia não cumpre as leis de guerra, mostrando a Trump fotografias de pessoas que foram afetadas pela invasão.
“Queremos acabar com isto… Queremos e acho que vamos conseguir”, respondeu Trump.
J. D. Vance acusa Zelensky de falta de respeito
O vice-presidente dos Estados Unidos, J. D. Vance, acusou Volodymyr Zelensky de falta de respeito e de "litigar perante os media americanos" e confrontou-o.
“Alguma vez disse obrigado?”, perguntou durante a reunião, de acordo com a imprensa norte-americana.
Trump diz que Zelensky está a "brincar com a Terceira Guerra Mundial"
Donald Trump disse esta sexta-feira a Volodymyr Zelensky que o presidente ucraniano está "a brincar com a Terceira Guerra Mundial".
O presidente dos Estados Unidos disse ao homólogo da Ucrânia que tem "de estar grato" e fez-lhe um ultimato: "O seu povo é muito corajoso. Mas ou vocês vão fazer um acordo ou nós estamos fora e, se estivermos fora, vocês vão lutar. Não acho que vá ser bonito, mas vão lutar.".
"Estamos a tentar resolver um problema. Não nos diga o que vamos sentir, porque não está em condições de ditar isso exatamente. Não está em condições de ditar o que vamos sentir", respondeu Zelensky.
Trump frisou que Zelensky não está "numa posição muito boa agora" e instou-o a estar alinhado com a posição norte-americana.
Zelensky confrontou Trump com fotos de prisioneiros de guerra
Zelensky aproveitou a presença dos jornalistas na Sala Oval para mostrar fotos de prisioneiros de guerra ucranianos a Donald Trump.
Numa das fotos está o nome de Volodymyr Shevchenko, que terá sido prisioneiro dos russos durante quase dois anos, que terá estado numa cela na Rússia com mais 15 pessoas e agredido todos os dias.
Trump fala "em grande" acordo para os EUA. Zelensky espera que seja "um passo em frente" para a Ucrânia
Já na Sala Oval, na Casa Branca, Donald Trump afirmou que o acordo sobre os minerais com a Ucrânia é "um grande compromisso para os EUA", considerando ser "um acordo muito justo".
Por sua vez, Zelensky disse esperar que “este documento seja um passo em frente para a Ucrânia”, assumindo que pretende saber aquilo que os EUA estão "prontos para fazer" em relação à Ucrânia.
Trump aproveitou ainda para elogiar as tropas ucranianas que considerou "incrivelmente corajosas" por terem enfrentado a Rússia durante três anos. Sobre guerra, o presidente norte-americano disse que é "a favor da Ucrânia e da Rússia". "Quero é resolver isto", frisou.
Zelensky já está na Casa Branca para se reunir com Donald Trump
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy acabou de chegar à Casa Branca para se reunir com Donald Trump, que o recebeu à porta. Antes, manteve reuniões com senadores dos EUA durante a manhã e deverá falar ainda esta noite no Instituto Hudson.
Os dois líderes apertaram as mãos e posaram para algumas fotos diante da imprensa.
A dar-lhe as boas-vindas na Casa Branca estavam militares a segurar 58 bandeiras: 56 para todos os estados e territórios e duas com bandeiras dos EUA e da Ucrânia.
Donald Trump e Volodymyr Zelensky assinam esta sexta-feira um acordo sobre minérios exigido pelo líder norte-americano em troca da ajuda dos EUA.
Esta é a quinta visita de Zelenskyy à Casa Branca.
Em dezembro, o líder ucraniano reuniu-se com Trump, em Paris, durante a reabertura da catedral de Notre Dame.
Zelensky esperado na cimeira de Londres no domingo
Volodymyr Zelensky é esperado no domingo em Londres na cimeira europeia convocada pelo primeiro-ministro britânico Keir Starmer. A notícia foi avançada pelo jornal The Guardian que cita fontes diplomáticas, acrescentando que a presença do presidente ucraniano será essencial na discussão sobre os próximos passos a seguir na guerra na Ucrânia.
Nesta cimeira vão marcar presença o chanceler cessante alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro polaco Donald Tusk e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Rússia nomeia novo embaixador nos Estados Unidos
A Rússia anunciou hoje a nomeação de um novo embaixador em Washington, Alexander Dartchiev, no dia seguinte às conversações bilaterais em Istambul e no meio de uma aproximação entre os dois países.
"A sua partida (...) para Washington está prevista para breve", declarou a diplomacia russa num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Alexander Dartchiev, 64 anos, era diretor do Departamento da América do Norte do Ministério dos Negócios Estrangeiros desde 2021.
Desde o início do ano, era o responsável no ministério por toda a zona do Atlântico Norte, que engloba Reino Unido, Irlanda, Canadá e Estados Unidos.
Anteriormente, foi embaixador no Canadá entre 2014 e 2021.
Substitui Anatoli Antonov, um diplomata experiente que deixou o cargo vago desde outubro de 2024, no meio de tensões entre as duas potências devido à guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
O ministério russo afirmou no comunicado que recebeu, na quinta-feira, em Istambul, a aprovação oficial da diplomacia norte-americana, um documento que permite a Dartchiev assumir o cargo em Washington.
Dartchiev, que é fluente em inglês e francês, de acordo com o ministério, já tinha trabalhado na embaixada russa em Washington como conselheiro entre 2005 e 2010.
A nomeação surge na sequência das conversações russo-americanas realizadas em Istambul para restabelecer o funcionamento normal das embaixadas e consulados.
A normalização segue-se às repetidas expulsões de representantes das respetivas missões diplomáticas dos Estados Unidos e da Rússia ao longo de muitos anos.
Desde o telefonema entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, em 12 de fevereiro, os dois países afirmaram que pretendiam reequilibrar as relações bilaterais, uma reviravolta súbita após anos de tensões muito elevadas.
A Rússia já tinha anunciado hoje que propôs em Istambul aos Estados Unidos o restabelecimento das ligações aéreas diretas entre os dois países, interrompidas desde a ofensiva russa na Ucrânia.
Lusa
"Seria a nossa ruína". Orbán reitera oposição à adesão da Ucrânia à União Europeia
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse esta sexta-feira que se opõe à adesão da Ucrânia à União Europeia argumentando que pode afetar a agricultura da Hungria.
"Eu, pela minha parte, sou contra", disse Orbán quando questionado sobre a cimeira da União Europeia da próxima semana, onde, entre outras questões, vai ser discutida a eventual adesão da Ucrânia.
O líder húngaro acrescentou que, atualmente, não vê "um único argumento" que justifique a adesão da Ucrânia do ponto de vista dos interesses húngaros.
"É impensável, aqui e agora. Seria a nossa ruína, seria a ruína dos agricultores húngaros e da economia agrícola húngara, em primeiro lugar, e, em segundo lugar, seria a ruína de toda a economia nacional", disse Orbán em declarações à rádio pública Kossuth.
Orbán manifestou dúvidas sobre a forma como a Hungria poderia travar o que chamou "fluxo de crime" que seria gerado pela adesão do país vizinho, embora não tenha especificado a que se referia.
O líder nacionalista húngaro é um aliado do Presidente russo Vladimir Putin e tem relações tensas com a Ucrânia.
O governo de Orbán tem-se recusado a enviar armamento para a Ucrânia desde que a Rússia atacou o país em 2022.
O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, reuniu-se com Orbán em Budapeste, na quarta-feira, para preparar a cimeira da União Europeia, agendada para 06 de março, onde também vai ser discutido, entre outros assuntos, o apoio à Ucrânia.
Lusa
PM britânico convidou mais de uma dezena de líderes para cimeira de domingo em Londres
O primeiro-ministro britânico convidou mais de uma dezena de líderes europeus para uma cimeira no domingo, em Londres, para promover ações em relação à Ucrânia e à sua segurança.
"O primeiro-ministro [britânico, Keir Starmer] utilizará a cimeira para fazer avançar a ação europeia na Ucrânia, demonstrando o nosso inabalável apoio coletivo para alcançar uma paz justa e um acordo duradouro que garantam a soberania e a segurança futura da Ucrânia", afirmou esta sexta-feira o gabinete de Starmer.
No domingo de manhã, após uma reunião telefónica com os líderes dos países bálticos, o primeiro-ministro britânico receberá o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em seguida, no período da tarde, Starmer vai reunir-se com líderes de vários países europeus, incluindo França, Alemanha, Dinamarca, Itália e Turquia, bem como da NATO, numa cimeira convocada para acontecer em Londres.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também vão estar presentes.
Starmer vai encontrar-se separadamente com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, em Downing Street, sede do Governo britânico, antes do início da cimeira.
De acordo com o seu gabinete, a reunião dará continuidade às negociações de Paris promovidas pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, no início deste mês e vai centrar-se no "fortalecimento da posição da Ucrânia hoje, incluindo o apoio militar contínuo e o aumento da pressão económica sobre a Rússia".
Os participantes na reunião voltarão a enfatizar a necessidade de um "acordo forte e duradouro que proporcione uma paz permanente" e discutirão "os próximos passos no planeamento de fortes garantias de segurança".
Ao reiterar que a Ucrânia deve fazer parte de quaisquer negociações para colocar um fim à guerra de três anos com a Rússia, Starmer reconhecerá também "a necessidade de a Europa desempenhar o seu papel na defesa e mobilizar-se em prol da segurança coletiva".
Na reunião de quinta-feira na Casa Branca, Trump adotou um tom mais moderado nas conversações sobre uma possível trégua, mas recusou-se a assumir compromissos firmes sobre as garantias de segurança dos Estados Unidos que a Europa deseja.
Trump, que alarmou as capitais europeias com a sua súbita aproximação à Rússia, disse que houve "muitos progressos" no sentido de um acordo para o fim ao conflito na Ucrânia e que as negociações estavam numa fase crucial.
A viagem de Starmer a Washington, que acontece poucos dias depois de uma visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, aos Estados Unidos, reflete a crescente preocupação sentida por grande parte da Europa de que a pressão agressiva de Trump para encontrar um fim para a guerra sinaliza a sua vontade de ceder demasiado a Putin.