Homem imola-se pelo fogo em frente ao tribunal onde Trump está a ser julgado
Um homem ateou fogo ao próprio corpo esta sexta-feira em frente ao tribunal onde Donald Trump está a ser julgado em Manhattan, anunciou a polícia de Nova Iorque.
Jornalistas norte-americanos contam que a cena se desenrolou depois de o painel completo do júri ter sido selecionado para o julgamento do ex-presidente dos Estados Unidos, que é acusado de ocultar o dinheiro que pagou a uma ex-atriz pornográfica para comprar o seu silêncio na reta final da campanha eleitoral de 2016 que o levou à Casa Branca.
"Um homem incendiou-se fora do Supremo Tribunal. Ainda estamos a recolher detalhes no terreno", disse um porta-voz do Departamento de Polícia de Nova Iorque.
A imprensa americana adianta que o homem foi transportado a uma unidade hospitalar para receber tratamento médico.
O incidente aconteceu num parque em frente ao tribunal da 100 Center Street, que tem sido utilizado pelas autoridades para encurralar manifestantes, tanto pró-Trump como anti-Trump, bem como para alguns elementos da comunicação social.
O julgamento criminal de Trump, o primeiro de um ex-presidente, está a ser conduzido com um forte dispositivo de segurança num tribunal no 15º andar, repleto de agentes dos Serviços Secretos e também de polícias judiciários.
O departamento de polícia de Nova Iorque prometeu um grande destacamento para garantir que o julgamento decorresse em segurança, com o chefe das secretas, John Hart, a chamá-lo de “grande desafio”.
Júri completo com 12 elementos e 6 suplentes
O júri para o julgamento criminal do ex-presidente norte-americano Donald Trump em Nova Iorque, o primeiro no país envolvendo um chefe de Estado, foi esta sexta-feira constituído, após um demorado processo de seleção.
Perante a acusação contra Trump de falsificar registos comerciais no uso de fundos de campanha para abafar histórias sobre casos extra conjugais antes das eleições de 2016, foi constituído um júri que inclui um profissional de vendas, um engenheiro de software, um professor de inglês e vários advogados, num total de 12 pessoas e seis suplentes.
Até terça-feira, o processo tinha decorrido de forma relativamente rápida, mas na quinta-feira foi registada a dispensa de dois jurados.
No caso, a primeira de quatro acusações sobre Trump, está em causa o pagamento de 130.000 dólares à atriz pornográfica Stormy Daniels por Michael Cohen, ex-advogado e "solucionador" de problemas pessoais de Trump, para evitar que se tornassem públicas alegações de um encontro sexual extra conjugal.
Trump declarou-se inocente de 34 acusações criminais de falsificação de registos comerciais.
Além de Nova Iorque, Trump é ainda acusado criminalmente em Washington e na Georgia pelos seus esforços para reverter a sua derrota eleitoral em 2020, assim como na Florida, por reter ilegalmente documentos confidenciais após deixar o cargo em 2021.
As datas do julgamento dos outros três casos criminais ainda permanecem indefinidas.