O Hezbollah confirmou esta quarta-feira que Hashem Safieddine, que era apontado como o presumível sucessor de Hassan Nasrallah, também foi morto como o histórico líder do grupo xiita libanês num bombardeamento israelita em Beirute. Nasrallah morreu a 27 de setembro e Safieddine terá sido morto a 3 de outubro. Dois dias depois, Naim Qassem, outro dos dirigentes que se fala poder assumir o cargo de topo terá fugido para o Irão, segundo revelou o site Erem News (de Abu Dhabi) citando uma fonte anónima iraniana. .“Prometemos ao nosso grande mártir e aos seus irmãos mártires continuar o caminho da resistência e da jihad até alcançar os seus objetivos de liberdade e vitória”, disse esta quarta-feira o Hezbollah em comunicado, confirmando a morte de Safieddine. Na véspera, Israel tinha dito que o chefe do Conselho Executivo do grupo xiita libanês tinha morrido num bombardeamento nos arredores sul de Beirute no início do mês. .Safieddine era primo de Nasrallah e foi o primeiro a prometer ao Hamas que “as nossas armas e os nossos rockets estão com vocês” após o ataque de 7 de outubro de 2023 e o início dos bombardeamentos israelitas à Faixa de Gaza. Após a morte de Nasrallah, teria assumido a liderança do Hezbollah junto com o vice-secretário-geral do grupo, Naim Qassem, mas logo a 5 de outubro um responsável admitiu à AFP que tinham perdido o contacto com ele..Nesse mesmo dia, Qassem terá deixado o Líbano no avião do chefe da diplomacia iraniano, Abbas Araghchi, no final de uma visita de Estado. Segundo o Erem News, a transferência foi ordenada pelos líderes iranianos, temendo uma tentativa de assassinato de Israel. Qassem já fez três discursos desde a morte de Nasrallah, mas só o primeiro terá sido desde Beirute. Os restantes já foram emitidos desde Teerão. A informação não foi confirmada oficialmente. .Após quase um ano de troca diária de tiros, junto à fronteira entre Líbano e Israel, os israelitas iniciaram a nova fase da operação militar contra o Hezbollah a 17 de setembro com as explosões dos pagers e depois dos walkie-talkies usados pelo grupo. A 23 de setembro atacaram mais de 1300 alegados alvos do grupo xiita no Sul do Líbano e, um dia depois, os subúrbios de Beirute. Os bombardeamentos continuam - esta quarta-feira foi atacada a cidade milenar de Tiro - e a 1 de outubro teve início a incursão terrestre. Pelo menos 1800 pessoas já morreram neste mês, havendo ainda mais de um milhão de deslocados. .Apesar do desfalque a nível da liderança, o grupo xiita libanês mantém contudo os ataques com rockets e drones contra Israel, fazendo soar as sirenes de alarme. Na terça-feira, reivindicaram o ataque contra a residência do primeiro-ministro israelita em Cesareia. “Se não conseguimos chegar até si desta vez, temos muitos dias pela frente”, prometeu Mohammad Afif, chefe do departamento de relações com os media, dirigindo-se a Benjamin Netanyahu. .susana.f.salvador@dn.pt