Hezbollah concorda com proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos
O Líbano e o Hezbollah concordaram com uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo em Israel, ainda que com alguns comentários sobre o conteúdo, disse à Reuters um alto funcionário libanês.
Ali Hassan Khalil, assessor do presidente do parlamento libanês Nabih Berri, diz que o Líbano entregou esta segunda-feira a sua resposta escrita ao embaixador dos EUA no Líbano e que o enviado da Casa Branca, Amos Hochstein, estava a viajar para Beirute para continuar as negociações.
Israel ainda não teceu qualquer comentário.
O Hezbollah, movimento armado apoiado pelo Irão, apoiou assim a posição de Berri, seu aliado de longa data, para negociar um cessar-fogo.
“O Líbano apresentou os seus comentários sobre o documento numa atmosfera positiva”, afirmou Khalil, recusando-se a dar mais detalhes. “Todos os comentários que apresentamos afirmam a adesão precisa à Resolução 1701 (da ONU) com todas as suas disposições”, acrescentou, em referência à resolução que pôs fim a uma guerra anterior entre o Hezbollah e Israel em 2006.
Os termos da resolução exigem que o Hezbollah não tenha presença armada na área entre a fronteira entre Líbano e Israel e o rio Litani, que corre cerca de 30 quilómetros a norte da fronteira, uma cláusula que o movimento armado tem violado.
Khalil diz que o sucesso da iniciativa depende agora de Israel e acusa o país liderado por Benjamin Netanyahu de tentar negociar “debaixo de fogo”, em referência à escalada dos bombardeamentos em Beirute e no sul do país.
Israel desencadeou uma incursão militar terrestre no Líbano, em 01 de outubro, após várias semanas de intensos bombardeamentos aéreos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de dispositivos de comunicação utilizados pelo grupo xiita libanês pró-iraniano, após mais de 11 meses de fogo cruzado com o Hezbollah na zona fronteiriça.
O Hezbollah iniciou ataques contra o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao Hamas, um dia depois de um ataque do grupo extremista palestiniano ter desencadeado (a 07 de outubro de 2023) uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
As autoridades libanesas reportaram quase 3.300 mortos desde o início das hostilidades entre Telavive e o Hezbollah, em 08 de outubro de 2023.