Hamas ameaça atacar "novos objetivos" em Israel e fixa uma hora

Sobre a eventualidade de um possível cessar-fogo, Barhoum declarou que apenas será aceite "após o fim dos ataques a Jerusalém e dos ataques aéreos na Faixa de Gaza".

As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do movimento islamita Hamas, ameaçaram esta quarta-feira atacar "novos objetivos" em Israel a partir as 18:00 locais (16:00 em Lisboa).

A ameaça foi emitida pouco após o disparo de 15 'rockets' pelas milícias contra a cidade israelita de Dimona, onde está situada uma central nuclear, e após a morte de um alto responsável do Hamas próximo de Mohamed Deif, líder do braço armado, durante um bombardeamento israelita em Gaza.

O Hamas e a Jihad Islâmica prosseguiram esta quarta-feira os ataques em direção a Israel, com o lançamento de mais de 850 projéteis desde segunda-feira, na sua maioria intercetados pelo sistema defensivo Cúpula de Ferro, e que até ao momento provocaram a morte de seis pessoas, incluindo um adolescente.

Os bombardeamentos israelitas esta quarta-feira dirigiram-se contra a cúpula do movimento e objetivos militares das milícias. Os ataques de Israel provocaram a morte de 48 palestinianos, incluindo 14 crianças e três mulheres.

Segundo o Hamas, mais de 500 edifícios residenciais foram bombardeados, para além de 52 instalações governamentais, em particular estações de polícia e associações vinculadas ao movimento islamita que governa a Faixa de Gaza.

Um porta-voz do movimento em França, Fawzi Barhoum, assegurou que mantém contactos com o Egito, que medeia com as Nações Unidas e o Qatar para tentar reverter a atual escalada, mas disse não possuir "informações sobre a chegada a Gaza de uma delegação dos serviços de informações".

Sobre a eventualidade de um possível cessar-fogo, Barhoum declarou que apenas será aceite "após o fim dos ataques a Jerusalém e dos ataques aéreos na Faixa de Gaza".

A violência surgiu, em parte, devido à ameaça de expulsões de civis palestinianos de Jerusalém Oriental em benefício dos colonos israelitas, para além de uma violenta repressão das forças de segurança do Estado judaico no perímetro e no interior da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém onde se situa a mesquita de Al-Aqsa, considerado o terceiro local mais sagrado do islão.

Aos confrontos iniciais entre manifestantes palestinianos e polícia israelita, particularmente em redor da mesquita de Al-Aqsa, seguiram-se os ataques com 'rockets' do Hamas contra Israel e a resposta das forças de defesa israelitas contra a Faixa de Gaza.

Em finais de abril, a organização Human Rights Watch (HRW), sediada em Nova Iorque, acusou as autoridades israelitas de cometerem "os crimes contra a humanidade de apartheid e de perseguição", num relatório em que analisa o modo como Israel trata os palestinianos.

No relatório "A Threshold Crossed: Israeli Authorities and the Crimes of Apartheid and Persecution" (Um limiar atravessado: autoridades israelitas e os crimes do apartheid e da perseguição), a HRW justifica a acusação considerando que existe uma "política abrangente do Governo israelita para manter o domínio dos judeus israelitas sobre os palestinianos e graves abusos cometidos contra os palestinianos que vivem em território ocupado, incluindo Jerusalém Oriental".

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