Guterres anuncia missão para "apurar os factos" sobre ataque a prisão ucraniana

Secretário-geral da ONU quer apurar a verdade sobre o que aconteceu na prisão de Olenivka, onde morreram mais de 50 prisioneiros de guerra ucranianos
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O secretário-geral da ONU anunciou esta quarta-feira (3) que lançará uma missão de apuramento dos factos para descobrir a "verdade" sobre o que aconteceu na prisão de Olenivka, onde dezenas de prisioneiros de guerra ucranianos morreram alegadamente num ataque à bomba na semana passada.

Kiev e Moscovo trocaram acusações sobre o ataque à prisão controlada pelo Kremlin no leste da Ucrânia. "Recebemos o pedido da Federação Russa e o pedido da Ucrânia" para a investigação, disse António Guterres em conferência de imprensa.

"Decidi, de acordo com minhas próprias competências e poderes, lançar uma missão de apuramento dos factos", disse, observando não ter autoridade para investigações criminais.

O dirigente português da ONU disse que os termos exatos da missão ainda estão a ser definidos e espera que a Rússia e a Ucrânia cheguem a um acordo sobre eles.

"Esperamos ter todas as facilidades de ambos os lados para o acesso e para a obtenção de todos os dados necessários para poder esclarecer as verdades sobre o que aconteceu", acrescentou Guterres, adiantando que a ONU está a procurar "pessoas competentes e independentes". para se juntarem à equipa da missão.

O ataque à prisão de Olenivka provocou mais de 50 mortos.

A Rússia disse que entre os mortos estavam as forças ucranianas do batalhão Azov que depuseram as armas após semanas de combate nas grandes siderúrgicas Azovstal, em Mariupol.

O Ministério da Defesa da Rússia alegou que os ataques foram realizados pela Ucrânia com mísseis de longo alcance fornecidos pelos EUA, numa "provocação flagrante" destinada a impedir a rendição dos soldados.

Mas Kiev colocou a culpa diretamente na Rússia, com o presidente Volodymyr Zelensky a chamar a ação de "um assassinato em massa deliberado de prisioneiros de guerra ucranianos".

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