Grupo pró-Palestina proscrito. Mais de 20 detidos em Londres por suspeita de crimes de terrorismo
A polícia britânica deteve este sábado, 5 de julho, mais de 20 manifestantes pela suspeita de crimes terroristas, na sequência do apoio ao Palestine Action. As detenções ocorreram após entrar em vigor a medida do governo liderado por Keir Starmer que classifica o grupo pró-Palestina de organização terrorista, estando agora proscrito.
Durante a tarde deste sábado, a Polícia Metropolitana explicou que os manifestantes tinham sido detidos devido a suspeitas da prática de infrações ao abrigo da Lei do Terrorismo de 2000, no âmbito de um protesto na Praça do Parlamento, em Londres, segundo a Sky News.
Durante a manifestação na praça, em Westminster, podia ler-se em cartazes "Oponho-me ao genocídio" e "Apoio o Palestine Action", tendo os agentes da polícia detido mais de duas dezenas de pessoas que lá se encontravam. A emissora britânica mostrou imagens dos manifestantes no chão algemados.
"Vergonha", gritaram os manifestantes. “Polícia Metropolitana, vocês são fantoches do Estado sionista” e “deixem-nos em paz” também se ouviu no protesto deste sábado, segundo a imprensa britânica.
"O grupo está agora proscrito e expressar o seu apoio é uma ofensa criminal", esclareceu a Polícia Metropolitana, dando conta que estava a efetuar detenções.
De referir que, na quarta-feira, o parlamento britânico votou a favor da decisão da ministra do Interior, Yvette Cooper, de proibir o grupo Palestine Action. No dia seguinte, a medida passou na Câmara dos Lordes.
Foi apresentado um recurso contra a votação da medida, mas, na sexta-feira, esta ação na justiça britânica não teve acolhimento.
A proibição entrou em vigor às primeiras horas deste sábado e acontece após o grupo reivindicar a invasão da base da Força Aérea britânica (RAF) de Brize Norton, em Oxfordshire, onde pintaram aviões com tinta vermelha.
Grupo emitiu um comunicado na altura e disse que o protesto teve como objetivo interromper "a participação direta do Reino Unido" em "genocídios e crimes de guerra no Médio Oriente", nomeadamente na guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Uma ação de protesto que aconteceu no mês passado e que o governo britânico classificou de "vandalismo". Numa mensagem divulgada nas redes sociais, o primeiro-ministro britânico referiu-se a um ato "vergonhoso".
"As nossas Forças Armadas representam o melhor do Reino Unido e arriscam as suas vidas por nós todos os dias. É nossa responsabilidade apoiar aqueles que nos defendem", declarou Keir Starmer.
O Palestine Action passa a engrossar a lista de organizações proscritas pelo Reino Unido, à semelhança da Al Qaeda, o ISIS e o Hezbollah, e desta forma, conforme explica a Reuters, a adesão ou o apoio ao grupo pode representar uma infração penal punível com até 14 anos de prisão.