Funcionário de hospital destrói mais de 500 doses da vacina contra a covid-19... e é despedido

Retirou do frigorífico 57 frascos da vacina da Moderna contra a covid-19 e, intencionalmente, deixou-os à temperatura ambiente durante mais tempo do que é suposto. Resultado: 500 doses foram para o lixo e o funcionário ficou sem emprego. O caso está a ser investigado pelo FBI e pela agência do medicamento dos EUA.
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Numa altura em que o mundo deposita esperança nas vacinas contra a covid-19, um episódio insólito aconteceu nos Estados Unidos. Um funcionário de um centro médico em Wisconsin estragou, deliberadamente, mais de 500 doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna.

Tudo terá acontecido no sábado passado quando um funcionário retirou 57 frascos da vacina do frigorífico da farmácia do Aurora Medical Center de Grafton, nos arredores de Milwaukee, e deixou-os à temperatura ambiente além do tempo que é permitido. Conclusão: mais de 500 doses foram desperdiçadas.

Inicialmente, o centro médico fez saber que se tratava de um "erro humano não intencional", mas, na quarta-feira, o funcionário admitiu que "retirou intencionalmente" os 57 frascos da vacina da refrigeração e os deixou à temperatura ambiente durante a noite.​​​​

A unidade de saúde denunciou a situação às autoridades e o caso está a ser investigado pela agência do medicamento dos EUA (FDA, na sigla em inglês), e pelo FBI.

"Continuamos a acreditar que a vacinação é a forma de sairmos da pandemia. Estamos mais do que desapontados com a consequência desta ação individual, que resultará num atraso na toma da vacina de mais de 500 pessoas. Isto constituiu uma violação dos nossos valores fundamentais e o indivíduo já não é nosso funcionário", referiu, em comunicado, o Aurora Medical Center.

Algumas doses puderam ser salvas, uma vez que não ultrapassaram o período de 12 horas, durante o qual a vacina pode estar em temperatura ambiente após refrigeração, informou o centro médico. Não foi revelada, no entanto, a quantidade de doses que foram consideradas seguras para serem administradas aos profissionais de saúde desta unidade. "Infelizmente, a maioria teve de ser descartada", referia o comunicado inicial do Aurora Medical Center.

Não são ainda conhecidos os motivos que levaram o funcionário a retirar os frascos com o fármaco contra a covid-19.

Ouvida pelo The Washington Post, a epidemiologista Tara C. Smith, da Universidade de Kent State, espera que este seja "um caso isolado", mas acredita que os responsáveis hospitalares vão agora rever quem é que pode ter acesso às vacinas e garantir que o armazenamento das doses é devidamente monitorizado através de câmaras de vigilância.

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