Friedrich Merz: "Os democratas-cristãos vão formar um governo depois de ganharem as eleições alemãs"
O líder da União Democrata-Cristã (CDU), Friedrich Merz, congratulou-se com a vitória deste domingo dos conservadores nas eleições legislativas alemãs e disse pretender formar rapidamente uma coligação governamental.
"Os democratas-cristãos vão honrar a sua responsabilidade de formar um governo depois de ganharem as eleições alemãs. O mundo lá fora não está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações", declarou Merz nas primeiras palavras dirigidas aos seus apoiantes na sede do partido, em Berlim.
"Precisamos de voltar a funcionar rapidamente, para podermos fazer o que temos a fazer a nível interno e recuperar a nossa presença na Europa, para que o mundo possa ver que a Alemanha está novamente a ser governada de forma fiável", complementou.
Cerca de meia-hora depois da divulgação das projeções assim que as urnas fecharam, às 18:00 locais (17:00 de Lisboa), Merz, acompanhado de vários dirigentes da CDU, subiu ao palco instalado na sede do partido, repleta de apoiantes, que celebraram de forma pouco efusiva o triunfo 'magro' -- que exigirá uma coligação -, mas acolheram naturalmente o futuro chanceler com uma grande ovação.
Agradecendo aos apoiantes por encherem o edifício Konrad-Adenauer-Haus, Merz disse que "hoje é uma noite para celebrar, mas amanhã [segunda-feira] é para começar a trabalhar".
AfD fala em "resultado histórico"
Já a líder da extrema-direita alemã, Alice Weidel, saudou o "resultado histórico" do seu partido, a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, numa reação às projeções.
"Nunca fomos tão fortes a nível nacional", disse Alice Weidel na sede do partido em Berlim, depois de a AfD, segundo as primeiras sondagens, ter obtido entre 19,5% e 20% dos votos, o dobro de há quatro anos e um resultado histórico para este partido anti-migrante e pró-russo fundado em 2013.
Sociais democratas assumem derrota "histórica"
O líder dos sociais-democratas alemães, Olaf Scholz, classificou os resultados eleitorais como "uma derrota histórica", depois de o partido parecer estar a caminho do terceiro lugar, com 16% dos votos, segundo as primeiras sondagens.
Urnas encerradas na Alemanha às 17.00 de Lisboa e as primeiras projeções dão vitória aos Democratas Cristãos da CDU, mas um expressivo segundo lugar à extrema direita da AfD.
Segundo a ZDF, a CDU/CSU obterá 28.5% dos votos, a AfD 20%, o SPD (os sociais democratas do atual chanceler Olaf Scholz) 16.5%. Já os Verdes 12%, a Esquerda 9% a BSW - Aliança Sahra Wagenknecht, conservadora de esquerda, 5% e o FDP (liberais) 5%.
Uma segunda projeção também divulgada à mesma hora, da ARD1, não varia muito:
CDU/CSU 29%
AfD 19.5%
SPD 16%
Verdes 13.5%
Esquerda 8.5%
FDP 4.9%
BSW 4.7%