Flávio Bolsonaro é o escolhido de Jair Bolsonaro para concorrer à presidência em 2026, segundo declarações do próprio senador nas redes sociais. A revelação surpreendeu tanto a direita como a esquerda, que esperavam a candidatura de Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo e é, nas sondagens, o mais competitivo concorrente ao presidente Lula da Silva, que tem intenção de se recandidatar. Outros presidenciáveis com o apelido Bolsonaro, como a ex-primeira-dama Michelle e o deputado Eduardo, também ficam de fora."É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação", declarou Flávio nas redes. Jair Bolsonaro está impedido de concorrer pelo Tribunal Eleitoral e pelo Supremo Tribunal Federal que o condenou a 27 anos de prisão por golpe de estado e outros crimes.A primeira reação foi de Eduardo Bolsonaro, que disse apoiar a candidatura do irmão mais velho "a 100%". E Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido da família, acrescentou que "se o capitão falou, está falado". Na esquerda, a decisão é vista com bons olhos porque Tarcísio, com perfil mais moderado, era considerado um candidato mais perigoso por poder disputar os votos do centro. A Bolsa de Valores caiu 4% logo após o anúncio e o dólar subiu face ao real, uma vez que o governador paulista era a escolha preferida dos mercados. Flávio, 44 anos, é empresário e advogado, foi deputado estadual no Rio de Janeiro até, em 2018, ser eleito senador pelo PL. Visto como o mais "político" dos filhos do ex-presidente, tem boa relação com pares parlamentares de centro e de esquerda, mas esteve envolvido em escândalos, como o da "rachadinha", que consiste em receber o salário de assessores fantasma. Agora, deve passar a ter mais exposição em eventos, Brasil afora, e já vai iniciando uma espécie de pré-campanha nas redes. "Muitos se sentem abandonados, aposentados são roubados pelo próprio governo, narco-terroristas dominam cidades e exploram trabalhadores, estatais voltaram a ser saqueadas, novos impostos não param de ser criados ou aumentados, nossas crianças não têm expectativas de futuro. Ninguém aguenta mais", escreveu.