O rei de Espanha lembrou as vítimas do atentado do Madrid.
O rei de Espanha lembrou as vítimas do atentado do Madrid.Chema Moya / POOL / AFP

Felipe VI pede "pedagogia contra a radicalização" nos 20 anos dos atentados de Madrid

O rei de Espanha participou numa cerimónia, onde foram recordadas as vítimas de um dos maiores atentados realizados na Europa.
Publicado a
Atualizado a

O Rei de Espanha, Felipe VI, pediu esta segunda-feira "pedagogia contra a radicalização" e atenção eficaz às vítimas do terrorismo, no 20.º aniversário dos atentados de Madrid, em que morreram 193 pessoas e quase 2000 ficaram feridas.

Os atentados de Madrid, cometidos com explosivos em comboios suburbanos, são os maiores já ocorridos em Espanha e dos maiores perpetrados na Europa, o que levou a decretar o 11 de março como o Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo.

O chefe de Estado espanhol defendeu, numa cerimónia em Madrid, a necessidade de preservar a memória das vítimas, com memoriais, conteúdos curriculares nas escolas e testemunhos de afetados pelo terrorismo em diversos fóruns e plataformas públicas.

"É a melhor pedagogia contra a radicalização", defendeu o monarca, que falava num evento organizado pela Comissão Europeia para assinalar o Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo.

Felipe VI pediu atenção e proteção "eficaz" para as vítimas do terrorismo, que considerou serem as que melhor representam "a grandeza da democracia e a sua força".

"As vítimas do terrorismo são uma referência ética nos nossos sistemas democráticos e de valores humanos. Simbolizam a permanente necessidade e compromisso de defesa da liberdade e do Estado de direito", afirmou, numa cerimónia em que esteve também o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, os comissários europeus Margaritis Schinas e Ylva Johansson e representantes de associações de vítimas de atentados terroristas cometidos em diversos países da Europa.

Para Felipe VI, as vítimas do terrorismo, "com a sua dignidade", são "quem melhor representa tanto a grandeza da democracia, a sua força, como a determinação de avançar na convivência pacífica".

O comissário e vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, afirmou, por seu turno, que os atentados cometidos na Europa por extremistas visam "debilitar a democracia e as liberdades", mas sem êxito, porque "esses valores são o ADN do modo de vida europeu".

"Num mundo cada vez mais escuro e incerto, a nossa melhor arma e bandeira é a nossa democracia, que não deixará de estar hasteada", afirmou o comissário, que apelou à unidade europeia.

"O terrorismo não nos pode dividir. Pelo contrário, requer mais união", afirmou.

Antes, na abertura da cerimónia, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que o 11 de março é um dia para lembrar as vítimas, mas também para reivindicar e defender a convivência e o respeito, face ao fanatismo e à intolerância.

"Os princípios de convivência e respeito são o melhor antídoto contra a violência terrorista e o seu caldo de cultivo: o fanatismo, a irracionalidade e a intolerância", afirmou.

Para o chefe do Governo espanhol, é preciso defender e reivindicar hoje o respeito pelos Direitos Humanos e as marcas da identidade europeias, que "os fanáticos, sejam de que quadrante forem, nunca poderão destruir".

"Ninguém pode habituar-se a essa violência cega, ninguém deve habituar-se a conviver com a barbárie", frisou, depois de lembrar como vive Espanha e Madrid o dia 11 de março de 2004.

Espanha assinala hoje o 20.º aniversário dos atentados 'jihadistas' de 11 de março de 2004 (designados no país como 11-M) com diversas cerimónias por todo o país, além de emissões especiais nas rádios e televisões.

Von der Leyen pede ação e união contra terrorismo nos 20 anos dos atentados de Madrid

A presidente da Comissão Europeia defendeu esta segunda-feira ação e união contra o terrorismo em todo o mundo, no dia em que lembrou os maiores atentados já cometidos em solo europeu, a 11 de março de 2004, em Madrid.

"Assinalamos hoje os atentados terroristas de 2004 em Madrid. Honramos as vidas perdidas, a coragem dos sobreviventes e a resiliência da uma nação. A memória das vítimas do terrorismo, em todos os lugares, inspira-nos a agir e à união. Para prevenir e combater o terror na Europa e internacionalmente", escreveu Ursula von der Leyen na rede social X.

A União Europeia instituiu o dia 11 de março como o Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo, na sequência dos atentados 'jihadistas' de Madrid de 2004, em que 193 pessoas morreram e quase 2.000 ficaram feridas em explosões em comboios suburbanos.

Num comunicado, a Comissão Europeia lembrou esta segunda-feira "a memória de todos aqueles que tragicamente foram vítimas de ataques terroristas" dentro e fora da União Europeia e sublinhou que o Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo tem este ano um "significado particular" pelo 20.º aniversário dos atentados de Madrid.

"A memória das vítimas perdurará. Servirá como um comovedor recordatório do impacto duradouro do terrorismo", lê-se no mesmo texto, em que a Comissão Europeia sublinha que "os terroristas infundem medo e ódio".

Nos 20 anos dos atentados de Madrid, a Comissão Europeia organizou na capital espanhola a cerimónia deste ano do Dia Europeu das Vítimas do Terrorismo, onde estiveram presentes os comissários Margaritis Schinas e Ylva Johansson, assim como o Rei e o primeiro-ministro de Espanha, Felipe VI e Pedro Sánchez.

O comissário e vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, afirmou que os atentados cometidos na Europa por extremistas visam "debilitar a democracia e as liberdades", mas sem êxito, porque "esses valores são o ADN do modo de vida europeu".

"Num mundo cada vez mais escuro e incerto, a nossa melhor arma e bandeira é a nossa democracia, que não deixará de estar hasteada", afirmou o comissário, que apelou também à unidade europeia.

"O terrorismo não nos pode dividir. Pelo contrário, requer mais união", afirmou.

Também a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, lembrou hoje o 11 de março de 2004, que considerou "um dia negro para a Europa".

"O atentado terrorista de Madrid atacou o nosso modo de vida. Mas a nossa força venceu o terror. Os nossos valores venceram o medo", escreveu Metsola na rede social X.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt