O rei Felipe VI de Espanha focou grande parte do seu discurso desta quarta-feira, 24 de setembro, na Assembleia Geral da ONU na situação na Faixa de Gaza, tema no qual o seu primeiro-ministro Pedro Sánchez tem sido muito vocal.O monarca afirmou que “não podemos permanecer em silêncio nem ignorar a devastação dos bombardeamentos”, denunciando ainda “as inúmeras mortes de civis, a fome, a inanição, a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas”. “São atos abomináveis que contrastam fortemente com tudo o que este fórum representa, ofendem a consciência humana e envergonham toda a comunidade internacional”, prosseguiu.Felipe VI pareceu também querer refutar as acusações de antissemitismo vindas do governo de Benjamin Netanyahu depois de Sánchez ter imposto um embargo de armas a Israel, afirmando que “Espanha é um povo profundamente orgulhoso das suas raízes sefarditas”. “Por isso, é muito difícil para nós compreender isto e ficamos muito magoados com as ações do governo israelita em Gaza. Por isso, clamamos, imploramos, exigimos: parem já com este massacre. Basta de mortes em nome de um povo tão sábio e antigo, que tanto sofreu ao longo da história”, afirmou o líder espanhol, ao mesmo tempo que condenou “o terrorismo hediondo do Hamas” e reconheceu “o direito de Israel à autodefesa”.Mas acrescentou que “com a mesma firmeza, exigimos que o governo de Israel aplique sem reservas o Direito Humanitário Internacional em toda a Gaza e Cisjordânia”. A terminar, Felipe VI disse que “a comunidade internacional deve assumir a sua responsabilidade de alcançar, o mais rapidamente possível, uma solução viável que inclua a existência de dois Estados”, defendendo que o reconhecimento da Palestina por um cada vez maior número de países da ONU “deve ajudar a conseguir uma paz regional justa e definitiva, baseada na aplicação das resoluções das Nações Unidas e também no reconhecimento universal do Estado de Israel”.Pouco depois foi a vez do presidente do Irão falar sobre o Médio Oriente, começando por apelidar de “agressão selvagem” os ataques de junho contra o seu país levados a cabo por Telavive e Washington. E deixou uma garantia: “Declaro mais uma vez perante esta assembleia que o Irão nunca procurou nem nunca procurará construir uma bomba nuclear.” Masoud Pezeshkian condenou também a retórica das autoridades israelitas que apelam à criação de um “grande Israel”. “Após quase dois anos de genocídio, fome em massa, perpetuação do apartheid nos territórios ocupados e agressão contra os seus vizinhos, o esquema ridículo e ilusório de um ‘grande Israel’ está a ser proclamado com descaramento pelos mais altos escalões deste regime”, disse. .Debate na ONU abre com Trump versus resto do mundo.Comissão da ONU diz que Netanyahu incitou o genocídio na Faixa de Gaza