Eurodeputado francês pede aos EUA que devolvam a Estátua da Liberdade
O deputado europeu francês Raphael Glucksmann, do movimento de centro-esquerda Place Publique, declarou este domingo que a França deveria solicitar a devolução da Estátua da Liberdade, pois os Estados Unidos já não representam os valores que motivaram a França a oferecer o monumento.
"Devolvam-nos a Estátua da Liberdade. Nós oferecemo-la de boa vontade, mas, aparentemente, vocês desprezam-na. Portanto, ela ficará muito bem em casa", afirmou Glucksmann, citado pela AFP, durante uma convenção do seu movimento político, na qual criticou a postura americana, que, segundo ele, "apoia tiranos e demite investigadores que defendem a liberdade científica".
Projetada pelo francês Auguste Bartholdi, a Estátua da Liberdade foi inaugurada no porto de Nova Iorque a 28 de outubro de 1886, como um presente do povo francês para comemorar o centenário da Declaração de Independência dos EUA.
A estátua foi concluída e montada em Paris entre 1881 e 1884. Depois de ter sido apresentada a Levi P. Morton, representante dos EUA em França, em 4 de julho de 1884, ela foi desmontada e enviada para os Estados Unidos a bordo do navio da Marinha Francesa, Isère .
Chegou ao Porto de Nova Iorque em 17 de junho de 1885, recebida com grande entusiasmo, mas como o pedestal para a estátua ainda não estava acabado, teve de se esperar até 1886 para a Estátua da Liberdade ser erguida na Ilha de Bedloe, local escolhido pessoalmente por Bartholdi durante uma viagem aos EUA.
Embora a ilha fosse pequena, era visível para todos os navios que entravam no porto, que Bartholdi via como a "porta de entrada para a América".
Glucksmann, um defensor fervoroso da Ucrânia, criticou duramente a postura radical de Donald Trump em relação à guerra e também condenou os cortes nos institutos científicos dos EUA, o que levou o governo francês a lançar uma iniciativa para atrair cientistas americanos para trabalhar em França.
Glucksmann acusou ainda os líderes da extrema-direita francesa de serem "fãs" de Trump e do bilionário Elon Musk, a quem o presidente americano entregou a missão de ajudar a reduzir os gastos públicos.