Os Estados Unidos afirmaram esta terça-feira que se opõem à campanha de bombardeamentos levada a cabo por Israel sobre a capital libanesa, Beirute, e que puseram a par as autoridades israelitas.."Deixámos claro a Israel que nos opomos à campanha de bombardeamentos que lançou nas últimas semanas em Beirute", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, aos jornalistas, sublinhando que estes ataques diminuíram de intensidade nos últimos dias..O grupo xiita libanês Hezbollah e Israel estão em confronto desde 8 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza entre as forças israelitas e o grupo palestiniano Hamas, e, durante quase um ano, as hostilidades limitaram-se a trocas de tiros sobre a divisão comum, conhecida como "Linha Azul"..A chamada "Linha Azul" é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em junho de 2000..Contudo, no final de setembro, Israel iniciou uma ampla campanha de bombardeamentos que se concentrou no sul e no leste do Líbano, mas também nos subúrbios de Dahieh, no sul de Beirute, um bastião do Hezbollah, onde foi morto o seu líder, Hassan Nasrallah, bem como outros altos quadros do grupo armado libanês apoiado pelo Irão..Pelo menos 2.350 pessoas morreram e outras 10.906 ficaram feridas em ataques israelitas no Líbano no último ano, segundo o último balanço das autoridades libanesas..Do total, pelo menos 1.356 vítimas foram registadas desde 23 de setembro e mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, muitas das quais provenientes do grande subúrbio da capital, cujo centro ficou subitamente sobrepovoado..Mais recentemente, o Exército israelita realizou também ataques que fizeram dezenas de mortos no centro da capital libanesa e contra zonas do norte do país, dantes considerados locais mais seguros para largos milhares de deslocados que fogem dos bombardeamentos..O pronunciamento dos Estados Unidos surge no dia em que foi divulgada uma carta assinada pelos secretários de Estado, Antony Blinken, e da Defesa, Lloyd Austin, dos Estados Unidos, avisando as autoridades de Israel que, se a situação humanitária na Faixa de Gaza não melhorar no próximo mês, correm o risco de violar as leis que regem a assistência militar estrangeira..No texto, Washington manifesta "profunda preocupação" pelo facto de a quantidade de ajuda entregue à Faixa de Gaza ter diminuído mais de 50% e de a quantidade entregue em setembro ao enclave palestiniano "ter sido a mais baixa de todos os meses do ano passado"..Em setembro passado, o Ministério da Defesa israelita anunciou um novo pacote de ajuda norte-americano, no valor de 8,7 mil milhões de dólares (7,7 mil milhões de euros) "em apoio do esforço militar contínuo de Israel"..O Departamento de Defesa divulgou entretanto que Washington vai instalar em Israel um sistema de defesa antimísseis de alta altitude, que será manobrado por militares norte-americanos..EUA enviam a Israel novos elementos do sistema antimísseis THAAD nos próximos dias.O Pentágono anunciou que os primeiros componentes e o pessoal necessário para operar o sistema antimísseis Terminal High Altitude Air Defence (THAAD) chegaram a Israel na segunda-feira, acrescentando que mais elementos e operadores chegarão nos próximos dias..Essa bateria antimísseis estará totalmente operacional "num futuro próximo", mas, por razões de segurança, não foram fornecidos pormenores sobre o calendário..A porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, declarou numa conferência de imprensa que se trata de um sistema que ajudará a aumentar a defesa aérea de Israel e sublinhou que a sua entrega está em conformidade com o objetivo dos Estados Unidos de reduzir as tensões na região do Médio Oriente..O Departamento de Defesa norte-americano indicou no domingo que o presidente, Joe Biden, tinha ordenado ao secretário da Defesa, Lloyd Austin, que entregasse o sistema antimísseis a Israel, para ajudar o país a enfrentar os mísseis balísticos do Irão..Segundo noticiou no sábado a imprensa israelita, Israel já tinha preparado um ataque contra o Irão em retaliação ao bombardeamento de Teerão a 1 de outubro, com cerca de 180 mísseis balísticos, a maioria dos quais foi intercetada..Singh sublinhou que, com este envio, os Estados Unidos não tencionam ver-se envolvidos num conflito regional mais extenso: "É um compromisso que o presidente assumiu de que estaremos lá para defender Israel"..A representante do Pentágono recordou que esta não é a primeira vez que os Estados Unidos enviam um sistema antimísseis deste tipo a Israel..No início deste ano, para defender as tropas e os interesses norte-americanos na região, os Estados Unidos instalaram no Médio Oriente uma bateria THAAD, após o ataque de 07 de outubro de 2023 do grupo islamita palestiniano Hamas contra Israel, e em 2019 tinha sido enviada uma dessas baterias para Israel para um treino e um exercício integrado de defesa aérea.