Estudo britânico indica que dose de reforço perde eficácia contra variante Ómicron ao fim de dez semanas
Um estudo britânico sugere que a dose de reforço de uma vacina contra a covid-19 vai perdendo eficácia na proteção de infeções sintomáticas causada pela variante Ómicron ao fim de dez semanas.
Ainda não houve suficientes casos graves de Ómicron para calcular a eficácia das doses de reforço contra infeção sintomática grave, mas os especialistas acreditam que as vacinas continuarão a dar proteção significativa contra hospitalização e morte.
"Vai demorar algumas semanas até que a eficácia contra doenças graves de Ómicron possa ser estimada. No entanto, com base na experiência com variantes anteriores, é provável que seja substancialmente maior do que as estimativas contra infeções sintomáticas", indica o novo relatório da Agência de Segurança de Saúde da Grã-Bretanha, citado pelo New York Times.
Nas primeiras semanas após a descoberta da variante Ómicron, vários estudos sugeriram que a mutação identificada pela primeira vez na África do Sul é hábil a evitar os anticorpos que são produzidos após a vacinação ou depois da infeção com covid-19.
Contudo, o novo relatório britânico, que inclui dados sobre pessoas que foram vacinadas pelos imunizantes da AstraZeneca, Pfizer e Moderna, indica que as vacinas - tanto o esquema vacinal inicial como as doses de reforço - foram menos eficazes e diminuíram mais rapidamente a sua proteção contra a variante Ómicron do que contra a variante Delta.
Entre as pessoas que receberam as duas doses da vacina da AstraZeneca, a dose de reforço com uma das vacinas de mRNA, da Pfizer ou da Moderna, foi 60% eficaz na prevenção de infeção sintomática duas a quatro semanas após a injeção. Porém, dez semanas a seguir à injeção, a dose de reforço da Pfizer mostrou-se apenas 35% eficaz. Já a dose de reforço da Moderna mostrou-se 45% eficaz até às nove semanas a seguir à vacinação.
Para as pessoas que receberam três doses do imunizante da Pfizer, a eficácia caiu de 70% uma semana após a toma da terceira dose para 45% após 10 semanas.
Por outro lado, duas doses da Pfizer e um reforço da Moderna está a mostrar-se 75% eficaz até à nona semana.
Este estudo foi levado a cabo através de uma análise de 148 mil casos de infeção provocados pela variante Delta e 68 mil pela variante Ómicron e sugere também que as infeções por Ómicron são habitualmente menos graves do que as infeções pela variante Delta, mas os cientistas consideram que estes resultados devem ser interpretados com cautela.