Entre as muitas ordens executivas assinadas por Donald Trump, após a tomada de posse como o 47.º presidente dos EUA, está a que pretende acabar com a cidadania por direito de nascimento. Procuradores-gerais de 22 Estados avançaram na terça-feira com ações judiciais para travar a iniciativa do presidente norte-americano.Depois de ser empossado como presidente, Trump ordenou às agências dos EUA para que se recusem a reconhecer a cidadania de crianças nascidas em território norte-americano, se nem a mãe nem o pai forem cidadãos dos EUA ou residentes permanentes legais, conforme explica a Reuters.Mais de 20 Estados liderados por democratas e grupos de direitos civis avançaram com várias ações judiciais com o objetivo de bloquear a ordem executiva assinada por Trump, que está a ser acusado de violar a Constituição dos EUA.A lei que Trump quer reverter garante a cidadania por nascença, ou seja, todas as crianças nascidas em solo norte-americano são cidadãs independente do estatuto dos pais."O presidente não pode, com um golpe de caneta, eliminar a 14.ª Emenda, ponto final", considerou o procurador-geral de Nova Jérsia, Matt Platkin. EA 14ª Emenda que Platkin refere indica que “todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos, e sujeitas à sua jurisdição, são cidadãos dos EUA e do Estado onde residem”. .Trump pressiona Putin a negociar paz e perdoa 1500 suspeitos de ataque ao Capitólio. OMS e União Europeia lamentam primeiras decisões .Trump define o tom do mandato com recorde de ordens executivas. “A tentativa do presidente Trump de acabar unilateralmente com a cidadania por nascimento é uma violação flagrante da nossa Constituição”, disse ainda o procurador-geral de Nova Jérsia. “Durante mais de 150 anos, o nosso país tem seguido a mesma regra básica: os bebés que nascem neste país são cidadãos americanos", vincou.O gabinete da procuradora-geral de Massachusetts, Andrea Joy Campbell, citada pela Reuters, refere que se for mantida, a ordem de Trump negaria pela primeira vez a mais de 150.000 crianças nascidas anualmente nos Estados Unidos o direito à cidadania.“O presidente Trump não tem autoridade para retirar direitos constitucionais”, disse Campbell, em comunicado.Já o procurador-geral do Connecticut, William Tong, cidadão norte-americano por direito de nascença, assumiu que esta batalha judicial para travar a ordem de Trump é pessoal."Esta é uma guerra contra as famílias americanas travada por um presidente com zero respeito pela nossa Constituição. Nós processamos, e tenho total confiança de que venceremos. A 14.ª Emenda diz o que significa, e significa o que diz - se nasceu em solo americano, é um americano. Ponto final", afirmou Tong, o primeiro procurador-geral sino-americano eleito do país.Porta-voz da Casa Branca declarou que "estas ações judiciais não são mais do que uma extensão da resistência da esquerda". "A administração Trump está pronta para os enfrentar em tribunal”, acrescentou Harrison Fields.