Estado Islâmico executou 54 soldados sírios que estavam em fuga
FOTO: EPA/ATEF SAFADI

Estado Islâmico executou 54 soldados sírios que estavam em fuga

Os militares foram detidos na província de Homs, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Todos eles foram executados pelo Estado Islâmico.
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Um grupo de 54 soldados que fugiram durante a ofensiva dos rebeldes na Síria foi executado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) no deserto central do país, informou hoje uma ONG.

Os 54 soldados foram detidos no deserto da província de Homs por 'jihadistas' do EI enquanto "fugiam (...) durante a queda do regime de Bashar al-Assad", disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, especificando que o EI os executou a todos.

Depois de conquistar grandes áreas na Síria e no Iraque em 2014, nas quais proclamou um Califado, o EI sofreu sucessivas derrotas até ser eliminado, em 2019, na Síria.

Os combatentes que se retiraram para o vasto deserto sírio, no entanto, continuaram a realizar ataques sangrentos contra civis, forças governamentais e forças curdas.

Na segunda-feira, os Estados Unidos disseram estar empenhado em não deixar o EI reconstituir-se na Síria, após a captura da capital Damasco, no dia anterior, por rebeldes liderados pelos islamitas de Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que levou à queda do Presidente Bashar al-Assad.

Alguns especialistas temem que o EI aproveite a fase de transição na Síria para se reconstituir no deserto.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos - com sede no Reino Unido, mas que conta com uma vasta rede de fontes na Síria - reportou pouca resistência durante a ofensiva rebelde, por parte das forças governamentais, que estavam exaustas após anos de conflito, em certas zonas do país.

Os rebeldes declararam a 08 de dezembro Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de uma ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrubar o regime sírio.

Perante a ofensiva rebelde, Assad, que esteve no poder 24 anos, abandonou o país e asilou-se na Rússia.

No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baas foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.

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