O governo de Pedro Sánchez garantiu esta quinta-feira, 6 de novembro, que continua de “mãos estendidas” para o Junts pela Catalunha, depois do partido independentista ter anunciado que vai bloquear todas as iniciativas do executivo socialista e impedirá a aprovação do Orçamento. “Mão estendida, sempre”, afirmou a Moncloa em comunicado, contrariando as acusações de quebra de acordos feitas por Míriam Nogueras, a porta-voz do Junts no Congresso, garantindo que “o governo honra os seus compromissos. Sempre honrámos.”Fonte do executivo adiantou ainda, citada pela Europa Press, que o governo “mantém a sua disposição aberta ao diálogo ao entendimento com todos os grupos parlamentares” dispostos a melhorar a vida dos cidadãos, “na Catalunha e no resto de Espanha”.Esta foi a resposta do governo de Sánchez à conferência de imprensa da porta-voz do Junts pela Catalunha no Congresso, Míriam Nogueras, na qual formalizou a rutura que havia sido aprovada na semana passada, afirmando que o partido independentista apresentará emendas a toda a legislação do executivo, votará contra as que já estão em tramitação no Congresso, bem como contra o Orçamento para 2026. “Portanto, o mandato de Pedro Sánchez está bloqueado”, declarou Nogueras, numa referência ao facto de o apoio dos sete deputados do Junts ser essencial para que o governo consiga aprovar o que seja. Face a este cenário, a porta-voz do Partido Popular no Senado considerou o governo uma “farsa” que se agarra desesperadamente a uma “legislatura falida”, tendo Alicia García pedido ao primeiro-ministro para convocar eleições, evitando, porém, responder se o partido de Alberto Núñez Feijóo apresentará uma moção de censura. “O que Sánchez deveria fazer é dar voz ao povo espanhol para decidir que tipo de governo quer”.Mais otimista, Aina Vidal, vice-porta-voz do Sumar, partido que faz parte do governo, desvalorizou o anúncio do Junts, mostrando-se confiante que os catalães regressarão às negociações. “Não tenho dúvidas de que, se amam a Catalunha e o resto do país, irão renegociar”, referiu Vidal, acrescentando que “temos leis importantes para aprovar, e algumas delas estão incluídas nesta lista publicada pelo Junts”.Já o porta-voz da Esquerda Republicana da Catalunha no Congresso, Gabriel Rufián, admitiu que o Junts deu “mais um passo” na sua rutura com o governo mas disse acreditar que também o Junts procura “um pouco de atenção”. O catalão disse ainda que agora se seguirá um “jogo de ver quem aguenta mais: Feijóo com as pressões [da direita e da extrema-direita] para apresentar uma moção de censura ou Sánchez para convocar eleições. Eu aposto no primeiro”. .Espanha. Puigdemont avança para a rutura com Pedro Sánchez